quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Medos

Medos... medos irracionais e infundamentados que serão, certamente, fruto de vivências e experiências anteriores e constantes da minha vida. Medo de perda, de abandono e duma realidade nova, em mudança e à qual tenho que me adaptar duma forma saudável e credível.
Há hábitos difíceis de serem mudados e transformados de imediato; tudo leva o seu tempo e quando há abalos no percurso, parece que há regressões e resistências a essa mesma mudança que ocorre naturalmente.
A verdade, o silêncio é a tranquilidade interior parecem assustar-me e provocar-me estas ondas de medos que vou tendo, que me perturbam o sono e me fazem reflectir bastante acerca do que quero, do que sou neste momento e dos muitos factos do passado que estão a vir à superfície e que vão causando alguma dor.
Para além disso, parece que, por vezes, me tenho que alimentar da dor e do sofrimento para conseguir estar bem, o que é um contra-senso... de facto, neste momento tenho que acreditar nas relações que tenho, empenhar-me nelas e ter a plena consciência de que nada é um dado adquirido, bem como saber que aquele controlo que me dava, aparentemente, estabilidade era algo patológico, ilusório e perigoso pelo que tenho e devo aprender, cada vez mais, a sentir o lado positivo dos factos e dos momentos.
Não estar sempre à procura do negativo, do menos bom ou do medo da mudança, mas antes aceitar que tudo pode ser vivido duma forma saudável, se houver mais verdade, mais harmonia e sobretudo mais silêncio interior. Desta forma a minha projecção far-se-à duma forma serena e  transmitindo para o exterior a mensagem certa e adequada. 
Temos que perceber a nossa realidade e viver com ela, bem como perceber que todos os outros têm a sua identidade, a sua forma de viver e de estar, sendo da simbiose dessas identidades que construímos o presente e o futuro.
Temos que deixar cada vez mais para trás os fantasmas do passado, dos acontecimentos menos bons do dia a dia e concentrarmo-nos no que  realmente importa e nos permite viver duma forma mais distendida e agradável. E sobretudo sabermos ser felizes e fazer os outros igualmente felizes.
Os meus medos vão-me assaltando muitas vezes e, sobretudo, depois de grandes abalos ficam mais evidentes, tendo que fazer um maior esforço para os combater e render-me à evidência de que conseguimos estar aqui e agora desta forma silencioso e muito racional.
Pensar nesses medos é projectar-me no passado, nas muitas pessoas que conheci e que me acompanharam ao longo destas quase seis décadas de vida que já levo. Devo afastar todo o ruído associado a muitos factos e pessoas e concentrar-me no que é importante e real.
Ainda por cima tenho a sorte/felicidade de ter encontrado a minha pessoa naquela com quem tenho uma relação que sinto mais forte é positiva neste momento, bem como ter amigos de verdade é uma família fantástica, com dois filhos entusiasmantes e lutadores.
Por isso, deixemos estes medos, pensemos como nos libertar deles e com um SORRISO enfrentar a vida, o quotidiano e esta realidade positiva que tenho. Sobretudo com a pessoa que Amo!

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