Ando à procura da poesia da vida e da vida em poesia, visto que podemos viver numa poesia constante desde que nos sintamos poetas.
A vida é por isso um poema, por vezes com rima, outras vezes desconexo e sem sentido, mas sempre na procura dum ritmo próprio, duma métrica pessoal e de algo significativo.
Apenas há um Ferrnando Pessoa ou uma Florbela Espanca, mas dentro de nós todos podemos ter a nossa própria poesia e beleza das palavras, dependendo apenas da nossa vontade e do estado de alma.
Os poetas citados, como muitos outros, conseguem transmitir para o papel a essência das palavras e a transmissão dos sentimentos, emocoes e factos da vida, enquanto que o comum dos mortais vai vivendo a vida, com mais ou menos beleza interna e mais ou menos capacidade de dar à sua vida um ritmo poético e etéreo.
Mas é isso que compõe a vida... esse rodopiar dos factos,, das emoções e a da capacidade de nos expressarmos e sermos capazes de sentirmos em nós próprios o silêncio da alma e da própria vida. Muitas vezes, a comunhão das coisas e das pessoas faz-se, precisamente, através da calma e da tranquilidade sem ruídos, interferências ou objectos externos, apesar de muitas veEs ainda não conseguirmos ser impermeáveis ao que nos rodeia.
Principalmente quando a irracionalidade das pessoas, a incompreensão e a falta de cuidado com a forma como se expressam e falam atingem limites de desrespeito e de profundo mau gosto. O cansaço continua..
Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre —
Esse rio sem fim.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.
Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.
Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.
E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre —
Esse rio sem fim.
Fernando Pessoa, in "Cancioneiro"
Um SORRISO algo triste pelas atitudes das pessoas e da forma como as pessoas se relacionam mas com a energia suficiente para seguir em frente
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