domingo, outubro 12, 2014

Chuva

Hoje está um tempo tal que não me é possível ir fazer a caminhada habitual de domingo, tanto mais que estou constipado... um autêntico temporal com chuva, vento quando me levantei pelas oito e pouco.

Constato uma vez mais e sempre com maior intensidade e força que há um núcleo fundamental para que consigamos estar bem e felizes, que é a FAMÍLIA. Esta unidade e realidade existente, bem como a união entre as pessoas só consegue ser efectiva quando é sentida e realmente afectiva.
Quando se tem a sorte de ter uma enorme família, cheia de gente, de cor e movimento, podemos dizer que somos uns felizardos e que devemos aproveitar e aprender com todos eles.
Nas reuniões, jantares e convívios descobre-se sempre um pormenor diferente, uma tonalidade que não se conhecia e principalmente uma grande Ternura e carinho que nos une a todos e, que, espero se mantenha por todo o tempo...
Ao longo da vida temos atravessado por várias épocas, momentos, emoções, sentimentos e neste momento o que sentimos e sabemos é que o que realmente conta e importa são as relações entre as pessoas e o que conseguimos criar com elas... e se bem que como diz o AA não seja obrigatório ter empatia ou gostar duma pessoa apenas porque é família, acho que é bastante mais fácil se assim for.
As nossas memórias - sempre presentes e ainda mais depois de ouvir o lindíssimo tema no Cats - são constituídas de muitos fragmentos, de muitas estórias e de muitas e muitas pessoas, tendo um papel fundamental na nossa identidade e na nossa forma de estar e de ser.
Repetindo o que tenho dito, é bem verdade que mais facilmente nos reencontramos em nós quando estamos também bem com os objectos externos, mesmo que em primeiro lugar tenha que vir o nosso Ego com a suficiente maleabilidade e resiliência para aguentar todos os embates que vamos tendo, tudo servindo para nos fortalecer e nos dar mais "garra".
Curiosamente desde a minha ultima sessão, que me sinto francamente mais pacato e calmo visto que essa mesma sessão foi de tal maneira intensa e emotiva, com um extravasar de emoções e de sentimentos, que me deu um conhecimento interior maior e ainda uma força mais intensa dentro de mim.
Tenho já a certeza do que não quero, ou pelo menos, acho que sei mesmo o que não desejo, começando também a pressentir e a intuir o que realmente é importante e faz-nos crescer e amadurecer. Apesar dos "poucos" desgostos que actualmente tenho, há, evidentemente, um deles que me vai deixando mais triste e pesaroso, mas que com o correr do tempo e a compreensão dos factos vai sendo devidamente contextualizado e percepcionado.
Apesar de não ser politicamente correcto, a verdade é que ser da família não implica necessariamente que se tenha que gostar dessa pessoa ou que se interaja da melhor forma, visto que muitas vezes as personalidades e os Egos podem ser mesmo incompatíveis... e devemos, temos mesmo que aceitar esse facto e evidencia.
Sem culpas, remorsos ou sofrimento por se achar que família, filho, tio, neto ou sobrinho equivale a gostar-se ou a sentir empatia, porque se pode Amar e estimar mas não se conseguir conviver com ou estar com determinada pessoa mesmo tendo laços estreitos e de sangue. Esta evidencia faz toda a diferença e muda completamente a minha perspectiva acerca do que é importante e como devemos lidar com certas realidades e verdades.
E sendo assim talvez esteja explicada a sensação de liberdade e de ausência de culpa sentida após a tal sessão que foi mesmo intensa, mas bastante profícua e sentida como há algum tempo que não havia. Mas é assim que se faz o nosso caminho... um passo de cada vez e por vezes uma maratona!
Um enorme SORRISO neste dia chuvoso e cinzento em que, constipado, vou ficar por casa a recompor-me e a descansar porque bem preciso.


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