quinta-feira, maio 08, 2014

Outro Dia

Felizmente que a pouco e pouco as nuvens se vão desanuviando e transformando-se num céu mais azul, mais luminoso e alegre. Para além da tudo o mais, há pequenos gestos que fazem toda a diferença e nós deixam bastante mais tranquilos e pacíficos. 
Apenas uma pequena festa antes de eu adormecer deixo-me imensamente feliz e satisfeito, numa cumplicidade por vezes não sentida, mas que sabemos existir e mesmo ao fim de tanto tempo se mantém, contra ventos e marés.
Também ter chegado à "infeliz" conclusão das grandes semelhanças de procedimentos e formas de estar existentes com a figura materna, me deixa em simultâneo mais conhecedor de muitos dos meus padrões mas também mais consciente da  transformação  que tenho mesmo de fazer na minha forma de estar e de ser.
A repetição, a vitimizacão, o egocentrismo e uma permanente chamada de atenção são factos e realidades duma personalidade que me marcou profundamente e me fez estar o tal border line que sei fazer parte da minha identidade.
À medida que entranho esta mesma realidade, analiso as diferentes projecções existentes; da minha Mãe em mim, do meu Pai na idealização que faço dele, dos desentendimentos com o meu filho mais velho são tudo resultado dessa mesma ideação da infância e da adolescência.
Ao ler alguns aspectos deste tal estado border line,  que pode ter várias causas, revejo-me em muitos aspectos e, neste momento, estou a trabalhar para corrigir muitos deles e passar a outra patamar de conhecimento e de pensamento.
Sobretudo ao tomar consciência destes padrões e desses rituais ser-me-à mais fácil alterar e transformá-los em algo diferente, que não provoque nem sofrimento, nem culpa nem tão pouco remorso, que é/era uma constante do meu comportamento, bem como a constante agressão verbal aos outros como mecanismo de defesa e de estar para não me consciencializar do meu próprio estado.
Há estados de alma e de consciência que me são cada vez mais frequentes e constantes, num padrão totalmente distinto dos anteriores, proporcionando-me assim uma grande calma, uma satisfação interior e ainda a ausência do velho sentimento de culpa e remorso que fez parte de mim durante tanto e tantos anos.
Sinto ter a capacidade de ser feliz, bem como de fazer os outros felizes e para isso não são os bens materiais - se bem que importantes - que têm a primazia, mas sim estarmos bem connosco próprio, ter  o nosso conhecimento e sabermos pensar e depois agir, bem como estarmos contentes com o que temos e a vida nos proporciona.
Ter a capacidade de sentir o Amor transmitido por uma festa ou um carinho, que nos aquece e nos deixa imensamente felizes. São muitos momentos destes que quero ter mais e mais...
Estão a chegar momentos de decisão e de resolução de assuntos pendentes, alguns dos quais não dependentes de mim, mas que me atingem também; tenho a sensação de que nada mudará, mas vale sempre a pena tentar alterar o que achamos ter valor e significado para nós. Só não conseguimos fazer com que os outros nos compreendam e aceitem como somos, porque eles próprios, muitas vezes, não se entendem a eles próprios e estão perdidos na sua profunda ignorância.
Mas tenhamos a Fé de que com o nosso SORRISO consigamos ser aquilo que gostaríamos de ser, sem as tais projecções recentemente descobertas e analisadas, mas sim com uma nova forma de estar e ser neste Universo.

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