domingo, maio 18, 2014

Lisboa

Ao passear ontem por Lisboa e mais concretamente pela zona cais do Sodré/terreiro do paço constatei uma enorme diferença da cidade e sobretudo um aproveitamento do enorme potencial da nossa zona ribeirinha, da luz e das cores desta nossa cidade.
Ontem senti mesmo paixão por ser de Lisboa, orgulho de estar numa capital bonita, bem planeada e ate consegui esquecer a miséria deste País em que vivemos.
A transformação desta zona, num local reservado às pessoas e para as pessoas é fantástico.... esplanadas, um enorme passeio pedonal a ligar as duas zonas, uma espécie de "praia" ribeirinha, o cacilheiro da Joana de Vasconcelos, o movimento enorme de pessoas, uma grande área relvada, que me fez lembrar uma zona idêntica em redor do castelo de Edimburgo e que as pessoas aproveitam para tomarem sol e estarem tranquilamente.... tudo a transmitir finalmente a ligação que era desde há muito necessária da ligação intima e próxima ao rio.
Fiquei apaixonado pela cidade..... pela sua beleza e potencial, bem como francamente contente pela multidão encontrada, numa amalgama de nacionais e turistas, que, cada vez mais procuram a nossa cidade.
Apanhámos o pôr de sol com uma vista espectacular do Cristo Rei, da ponte 25 de Abril, do rio, bem como do casario fronteiro ao rio, tudo transformado num cenário duma beleza enorme. Há obra feita vinda do sonho do Homem que faz nascer precisamente a realidade que temos!
Há pequenos nadas que nos fazem bem à alma, que nos fazem ter um enorme SORRISO interno, sem grandes esforços nem grandes custos, porque o espaço é publico, o usufruto dos mesmo é gratuito e só pela luminosidade e cor desta cidade vale a pena andar por aí... vi movimento, vi alegria e principalmente senti-me bem comigo e em paz.
Visitámos ainda o MUDE, com uma exposição de design _ Único e Múltiplo - desde os primórdios de 1900, ficando com imensa informação e conhecimentos vários. Há marcas, factos e acontecimentos ocorridos há muito mais tempo do que suponha e entre muitos outros factos, retive que foi em 1900 que Freud publicou pela primeira vez a sua "Interpretação dos sonhos", que grandes estilistas iniciaram a sua carreira em nos primórdios do século XX, que as motas vespas são dos anos 50 e mais uma série de dados curiosos.
Temos museus, locais e muita história nesta cidade que, finalmente, estão a ser potencializados e aproveitados como deve ser e duma forma inteligente e racional. Vale a pena ser lisboeta e andar despreocupadamente pela cidade...
A verdade é que talvez seja por estar mais receptivo e mais aberto ao exterior que me permita desfrutar melhor o que tenho. Talvez sentir-me com melhor identidade e neste (novo) caminho, faça com que absorva os objectos exteriores duma forma diferente e sobretudo mais intensamente.
É-me difícil explicar por palavras a forma como estou ou como vivo agora as coisas, bem como interpreto os factos ocorridos e as emoções, sentimentos e sensações que vou sentindo porque é algo de muito pessoal e intimo que espero, consiga ser sentido pelas outras pessoas. Uma das grandes diferenças é que, estando na multidão, consigo sentir-me numa enorme envolvência com todos e ao mesmo tempo, muitíssimo bem comigo próprio.
Como digo, não posso explicar melhor porque não tenho nem a arte nem o engenho para transmitir por palavras aquilo que vou sentindo e tendo comigo e com os que me são queridos e estimados.
Hoje, dia de almoço com a minha Mãe, está uma movimentação imensa provocada pela final da Taça de Portugal que se inicia pelas 17 horas, mas que faz já com que haja uma corrente de pessoas infindável no estádio e em todos os caminhos que lá vão ter. Vias cortadas, carros já estacionados por toda a parte e muita gente vestida de vermelho
 e cheia com os seus farnéis, preparados para um domingo de sol e futebol.
Felizmente que a tríada fado, futebol e Fátima continua a fazer parte do nosso colectivo e intrinsecamente do património português e da nossa genética. Todos eles fazem esquecer o nosso presente menos feliz, bem como a ocupar a nossa mente com algo em que todos podemos ser semelhantes e (quase) iguais. Assim seja...
Por dificuldades informáticas, tenho que continuar no IPad visto que o computador fixo parece estar com problemas no arranque.... nunca há nada que possa estar a cem por cento e andamos numa fase em que tudo parece estragar-se!
Como estava a dizer, a tríade portuguesa mantém-se apesar das evoluções e eventuais progressos do País, na certeza de que no próximo domingo não iremos encontrar este dinamismo e força nas votações, o que é lamentável.
Na verdade, há de facto um distanciamento enorme das pessoas em relação aos políticos e às eleições, visto que não se acredita no que é dito e ainda não temos estadistas capazes de resolver os nossos problemas, provocar consensos e sinergias positivas para todos, mas é o que temos e teremos nos próximos tempos. Os líderes capazes de chegarem a primeiros ministro são o verso e o reverso da mesma moeda e com a mesma impreparaçao  e talvez a mesma falta de capacidade para. Governar.
Aqui fica o habitual SORRISO com bastante tranquilidade e sobretudo muita cor e luz, ainda proveniente do passeio de ontem pela nossa bela cidade, que ontem me apaixonou.

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