terça-feira, outubro 06, 2009

Egocentrismo

Ontem, num comentário o meu sobrinho FF fez uma observação que me deu de pensar relacionado com o facto de muitas vezes escrever demasiadamente centrado no meu umbigo. Ou seja, ser egocêntrico ou com falta de capacidade de ver para além do meu círculo. E é importante termos essa visão do todo e da generalidade das coisas, uma vez que o excessivo concentrar das atenções em nós próprios pode levar a um desvirtuar da realidade e da apreciação das situações.
Este meu sobrinho, que vive em Espanha, parece-me ser um leitor habitual do blogue e sobretudo um crítico justo do que escrevo e do que digo, com palavras de apoio quando necessário e de crítica quando julga oportuno. E sobretudo com uma vontade de viver e um optimismo perante a vida que me deixam surpreso, uma vez que não o conhecendo bem, pensava que teria outra visão da vida. Mas ter ido viver sozinho, ter construído a sua vida, deu-lhe um estar na vida que me parece perfeitamente adaptado e realizado. E isso só me pode deixar contente.
De facto por vezes é difícil deixar de olhar para o nosso umbigo e refugiarmo-nos em nós próprios mas temos e devemos tentar sair para fora de nós e lançar o nosso olhar para aquilo que nos rodeia, mas com vontade de ver e de participar no ambiente no qual nos inserimos. A verdade é que talvez seja mais fácil estarmos fechados em nós próprios, nem que seja por um mecanismo de defesa, uma vez que assim somos menos atingidos e nos podemos proteger mais. Será que é um dos meus mecanismos de defesa este fechar em mim mesmo, para não ser mais magoado e assim a minha sensibilidade conseguir passar incólume pelas agruras da vida. Sei agora, fruto da minha análise, ter passado por muita coisa e ter construído múltiplos mecanismos de defesa e protecção e talvez, comece a ser altura agora de abrir mais as minhas defesas e permitir que os outros tenham mais influência no meu ser e poder assim olhar mais para além de mim mesmo.
Não acho que seja um egocêntrico excessivo mas tenho a noção de centrar muita coisa em mim mesmo e agora ter a consciência de que isso terá que ser modificado e alterado, na medida em que todos os outros também têm direito a ser considerados e principalmente as pessoas que comigo vivem e privam. São essas que muitas vezes mais sofrem pelas minhas atitudes e muitas vezes nem tenho a noção do que faço e isso reflecte-se, mais cedo ou mais tarde, nos relacionamentos e na maneira de estar, com a degradação lenta ( ou rápida ) das relações. E isso eu não quero que aconteça.
Está um dia de chuva, cinzento e tristonho, início do Outono e excelente para se trabalhar e meditar, com um enorme e luminoso SORRISO cheio de FÉ e VONTADE.

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