sexta-feira, julho 10, 2009

Irrealidade

Hoje ao ouvir uma conversa acerca de aumentos salariais, tomei consciência de que a maior parte das pessoas não tem consciência da realidade e da situação do país. Como se pode pensar em aumentos e benesses se estamos na pior recessão de que há memória e sem a certeza de haver dinheiro para o futuro ou mesmo se seremos viáveis. Pergunto-me pois se serei eu um grande pessimista ou se, pelo contrário, haverá falta de realismo nas outras pessoas, que não conseguem ver o médio e longo prazo e se circunscrevem ao brevíssimo prazo.
Faz-me vibrar uma série de avisos este tipo de conversa e gostaria de poder ser capaz de chamar a atenção e explicar a real situação, sem ouvir a resposta de que "os outros que resolvam a crise e não sou eu que vou resolver qualquer coisa ". Ou seja, tem que haver a consciência de que teremos que ser todos a resolver esta situação e se queremos viabilidade e futuro, teremos, desde já, que começar a tomar medidas e a alertar para o perigo de certos caminhos ou opções, começando pelos "simples" aumentos salariais. Aonde se vai buscar mais dinheiro se a contracção da economia é de quase 4% negativos ? Se na nossa economia doméstica tivermos um buraco destes ou vamos às nossas poupanças, se as tivermos ou teremos que pedir emprestados, se a nossa capacidade de endividamento o permitir e a verdade é que o País não tem poupanças e parece ter já esgotado a capacidade de se endividar. Por isso a única solução é mesmo POUPAR, diminuir os custos e racionalizar as despesas, vivendo de acordo com as nossas possibilidades. É isso que tem que ser feito e é essa nova mentalidade que temos que criar nas nossas vidas singulares e colectivas. Não podemos atirar para os outros estas pequenas grandes decisões, na medida que todos nós teremos que fazer estes sacrifícios e pensar no que poderemos fazer para ajudar a minorar a crise e sobretudo a sermos viáveis no futuro. Porque o futuro é de todos nós e não apenas dos outros e por isso temos mesmo que tomar consciência desta realidade e pensarmos que, também nós, temos obrigação de contribuir e ajudar dentro das nossas medidas.
Optemos pelo racional e pela realidade e não entremos em megalomanias que nos irão custar muito caro e hipotecar o nosso futuro e dos nossos filhos. Preocupam-me principalmente os nossos filhos que, sem qualquer culpa, vão herdar todos os nossos erros e viver abaixo dum nível minimamente aceitável, se nada fizermos para o evitar ou invertermos a situação.
tenho reiteradamente escrito acerca da nossa situação porque é algo que me preocupa muitíssimo e porque acho que todos devemos alertar para a situação, de modo a que, cada um possa, nos seus limites, tentar modificar a situação e colectivamente tomarmos consciência e arranjar soluções alternativas.
Se todos tivermos um SORRISO consciente e de acordo com a realidade, tenho a certeza de que conseguiremos arranjar soluções e progredirmos no bom caminho. Se, pelo contrário, persistirmos neste caminho de ignorância e de irrealismo, então parece-me que nunca conseguiremos inverter a situação e criarmos um futuro condigno connosco e com os nossos filhos. Por eles e para eles, temos a obrigação de fazer alguma coisa.
Hoje é 6ª feira, início de fim de semana e de descanso, que vou aproveitar precisamente para isso. Ou seja, descansar e meditar na vida e no que poderei fazer para tornar este quotidiano melhor, mais produtivo e sobretudo menos opressivo, porque se conseguirmos que todos tenham um SORRISO sentido e real, tenho a certeza de que tudo se resolverá muito mais eficaz e rapidamente. Assim seja para o fim de semana com um grande e radioso SORRISO, cheio de HARMONIA, PAZ e BOA VONTADE

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