sexta-feira, janeiro 09, 2015

(Quase) Em fim de semana

Finalmente sexta feira.... mas nem por isso, será um dia pacífico porque começo cedo e acabo tarde, com um jantar de despedida duma assistente que trabalha connosco há muito e que se vai mudar. É a rotação da vida.
Verifiquei que, ao contrário do que desejo e queria mesmo, ainda não consigo "isolar-me" totalmente do exterior e ficar mais imune a determinados objectos externos. A influência de determinados factos ou acontecimentos, aliado a emoções ou sensações desencontradas provocam um certo desajustamento interno que já queria controlar melhor e mais eficazmente.
Apesar de tudo, há já uma racionalidade e um pensamento mais consistente que me faz não reagir a quente, mas antes tentar enquadrar as situações e sobretudo a não culpabilizar os objectos externos, mesmo que estes possam, eventualmente, ter alguma ou muita "culpa"
Há, sempre houve e não sei se não continuará a haver um enorme sentimento de abandono perante determinadas situações, bem como uma sensação de "apunhalamento" feito por outros que gosto e estimo. É contra essas reacções internas que tenho muito a trabalhar e um longo caminho à minha frente.
A verdade é que também este processo analítico me parece, neste momento, não corresponder ao que gostaria ou precisaria e não sei se é por deficiência própria, se por continuar a exigir demais aos outros e neste caso em particular ao meu analista. Será que estou uma vez mais a fugir do que não gosto e a procurar outros caminhos? Ou é uma espécie de realidade que não estou a conseguir entranhar.
Actualmente há uma certa sensação de estranheza da minha identidade, das minhas prioridades e caminhos de modo a poder, de facto e realmente, ter e sentir esta transformação que me parece estagnada.... não o estando porque todos estes processos do inconsciente vão fazendo o seu caminho sem darmos por isso.
Talvez esta sensação se deva ao facto de estar, precisamente, a mudar, a adaptar-me a esta "nova" forma de estar e de agir, em vez de reagir... bem como o facto de progressivamente estar a perder a mania do controle e até do egocentrismo.
Por acaso e agora que escrevo isso, reparo e constato que já não centro tudo em mim ou sinto que tudo é minha culpa ou por minha causa e isso é um enorme avanço na minha maneira de ser.
Deixei aquela faceta de vítima herdada, ou pelo menos, inspirada no objecto materno e racionalmente já consigo perceber que há muito mais para além de mim. Assim como há muito mais vida do que a parte profissional e até pessoal e familiar, porque o que é realmente importante somos nós mesmos. A partir desse facto, o relacionamento exterior é mais fácil, mais fluido e escorreito, porque estamos bem connosco. 
Por isso, o caminho é mesmo este, apenas lamentando não poder ser apressado e acelerado duma forma diferente, mas acho que percebo que os processos mentais são sempre demorados a mudar e levam o seu tempo a criarem novas auto estradas neuronais e novos hábitos.
Espero apenas conseguir ser mais feliz em cada dia que passa e manter o meu SORRISO sempre em permanência, de modo a também poder contribuir, de alguma forma, para a felicidade dos outros?
PS: apesar de toda esta conversa, não me impede de continuar a gostar de manifestações de carinho e que se preocupem comigo, o que nem sempre sinto em determinados ambientes por onde ando! 


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