sexta-feira, setembro 26, 2014

Perspectivas

Para mim, é mais do que evidente que todos nós, seres humanos, erramos, cometemos as nossas falhas e muitas vezes reincidimos mas será que temos que carregar esses mesmos erros durante toda a vida ou por períodos infindaveis de tempo?
Analiticamente estou em plena velocidade de cruzeiro, entendendo ou entranhando o que sinto é o que se passa duma forma cada vez mais clara e evidente, mas isso não obsta a que ainda se cometam erros que, provavelmente, farão sempre parte da vida. Apenas se espera é deseja que sejam outro tipo de erros e de falhas.
Também é evidente para mim, que não se consegue passar uma esponja pelos factos e esquecer-se dos  mesmos, mas talvez se possa relativizar as coisas e tentar entender a complexidade e interacção dos factos, comportamentos e atitudes. Tanto mais que centrando-se o problema nos afectos, carinhos e abandonos caímos num ciclo vicioso se houver uma falta crônica nesses campos.
A identidade, os Egos e o self de cada um São dificeis e estão todos eles intrincados e baralhados, nem sempre sendo fácil a sua compreensão e estruturação. Além disso o (in)consciente é algo que demora muito tempo a perceber e sobretudo a alterar, porque não é possível transformar anos e anos de vivências e duma imensa teia  neuronal por artes mágicas.... leva tempo a substituição de uns caminhos por outros e mesmo está transformação tem que ser lenta e bem conduzido.
Se assim não for, e se for mal feito ou demasiadamente rápido, o resultado será bastante pior do que o existente visto que as tais auto estradas, faladas por António Damásio, levam o seu tempo a serem feitas, construídas e entrar em funcionamento.
Para além disso, a sensibilidade de cada um é, como não podia deixar de ser, diferente e perante os mesmos factos ou acontecimentos, as reacções são diversas e de acordo com a idiossincracia de cada qual. Quando se tem a certeza de alguma coisa, não devemos recear o que fazemos ou que os outros tenham medo das nossas atitudes.
Perante a dor e o sofrimento alheio, cada um de nós reage à sua maneira mas, quanto a mim, tentando confortar, amparar e ajudar como gostaríamos que nos fizessem e essas atitudes são desinteressadas e verdadeiras e assim devem ser entendidas e compreendidas. Claro que os excessos, as projeções possiveis devem ser analisadas e pensadas para que não sejamos atingidos pelos estilhaços da realidade de outrém, mas para mim não devemos ter medo de intervir e de agir quando o consideramos oportuno.
Normalmente a realidade é uma é apenas uma, mas a sua perspectiva e análise varia consoante quem é confrontada com essa mesma realidade, visto que a mesma acção, o mesmo facto ou acontecimento é, normalmente visto e narrado de forma distinta por cada um dos intervenientes. Daí a dificuldade que se pode sentir na apreciação dos factos e acontecimentos, competindo a cada qual fazer o seu juízo e interpretação.
Há pessoas que encerradas nas suas torres de marfim e quase que desligadas da realidade, apenas têm consciência do seu mundo e da sua "verdade" sem conseguirem ter a ginástica mental necessária para se abrirem ao mundo e a outras realidades. São talvez as chamadas formas frustres do autismo, o tão em moda síndrome de Asperger, que acho existir em muito mais pessoas do que pensava há uns anos. 
Mas o que verdadeiramente importa e deve ser o fio condutor da nossa vida é a busca da Felicidade e o nosso permanente SORRISO aliado à vontade de sermos capazes de mudar, transformar ou ajudar o nosso semelhante dando-lhe o que conseguirmos e formos capazes. Acredito que recebemos o que damos pelo que se o nosso SORRISO for intenso, real e sentido ser-nós-à devolvido da melhor forma possível.

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