O nosso dia a dia está cheio de factos, factos que conduzem a emoções e emoções que fazem o seu caminho pela nossa interioridade, deixando uma marca própria e uma pegada.
Essa marca e/ou pegada vai, certamente, influenciar algures o nosso comportamento, forma de estar e sentir e é do conjunto de todos esses factos, emoções e sensações que vamos constituindo a nossa identidade, que está numa constante mudança ou evolução.
Melhor dizendo, nos nossos primórdios forma-se o nosso substrato e a nossa base que, dependendo de tantos factores, segue evidentemente os seus próprios caminhos, estratificando-se de determinada forma. Ao longo da vida, é essa base que constitui o núcleo da nossa identidade que vai sendo influenciada por tudo aquilo que nos acontece.
Se essa base não estiver bem consolidada ou tiver "perturbações" é certo que nós iremos deparar em qualquer altura da nossa vida com a opção de as querermos resolver ou de pura e simplesmente as ignorarmos e então neste caso talvez comecemos com manifestações psico somáticas, uma vez que temos que dar vazão às nossas frustrações, sublimações ou raivas.
A consciência da disfuncionalidade parental, com a sua enorme carga, foi, ontem, evidente para mim, nos diferentes papéis que cada um dos meus Pais tiveram na minha formação. Destas recordações ou sensações que me foram deixando e que estou nesta fase a trazer à superfície, é por demais evidente a reprodução de comportamentos, bem como a fixação em padrões repetitivos e constantes.
Esses padrões levam ou levavam a atitudes completamente inconsequentes, na busca permanente da culpa, dos remorsos, do levar ao limite e de quase me destruir como pessoa e como elemento da sociedade.
Quando há factos que atingem o "alvo" dos meus receios mais escondidos e dos meus antigos(serão já antigos ?? ) padrões fico muito abalado, perdido e quase que afogado numa neblina estranha e cinzenta que não me deixa ver efectivamente a realidade, mas que existe para me mostrar que tenho que descobrir o meu caminho e não me perder nessa névoa.
É mesmo uma desorientação que sinto e que faz parte integrante deste presente em que, conjuntamente com notícias boas e mas dos meus filhos, me deixa ainda mais em suspenso e em contradição. Quero fugir, quero abandonar estes trilhos e encontrar novas auto estradas e novos caminhos, duma forma sentida, consciente e realista.
Para onde é que me dirijo, para onde é que vou agora que estou no meio do nada e nada vejo para além deste nevoeiro intenso e tão cinzento que me perturba e entristece em cada minuto deste dia? Tenho que me redescobrir e que seguir em frente neste meu dia a dia em que me vou sentindo ora bastante mais confiante e feliz, ora menos empenhado e mais desconfiado deste mesmo presente. Já não é o tudo ou nada de antes, mas sim o procurar dum equilíbrio e duma realidade que me preencha, sendo já esta uma diferença abissal.
Há uns tempos estaria no tal NADA, visto que os meus padrões assim o "exigiam"... não sabia sair desse registo de Tudo ou Nada e por isso as minhas reacções e atitudes eram consonantes com esse mesmo registo. A percepção actual que pode haver um meio termo, que pode ser alguma coisa sem ser tudo, mas também sem cair no nada é uma aprendizagem que estou a fazer; esta abordagem dá-me maior estabilidade, confiança e serenidade visto que tento ver os diferentes prismas dos factos e abordar duma forma menos crispada e agressiva os factos.
Este entendimento que há mais do que uma explicação para as coisas, bem como nem tudo está centrado na minha pessoa, proporciona uma maior estabilidade e conforto interior, permitindo um SORRISO mais luminosos e mais intenso.
Ainda me falta percorrer muito caminho desconhecido, mas pelo menos sei que iniciei esta etapa duma forma consistente, com resultados já visíveis e principalmente conseguindo ter momentos de grande paz, calma e felicidade. Bem como transmitir a outros que Amo e estimo essa mesma sensação e essa vivência bem mais tranquila.
Por isso e se ficasse apenas por aqui, já teria válido a pena o investimento de tempo e de dinheiro, pelo que no prosseguimento deste rodagem irei, seguramente, descobrir mais e mais, sempre com um SORRISO cada vez maior e sobretudo mais luminoso.
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