terça-feira, abril 08, 2014

Abalado

Quando tudo parece estar equilibrado e "certinho" explode uma bomba.... neste caso relacionado com  o novo rumo de vida do meu analista. Ontem tive conhecimento da enorme transformação que vai ocorrer nós próximos tempos.
Primeiro mudança de local, que também será provisória seguido de alteração no formato das sessões que a partir de Junho/Julho passarão a ser alternadamente presenciais e no skipe, para que a partir de Setembro seja esta a modalidade definitiva. Tudo porque o AA vai viver para o Sri Lanka, num novo projecto de vida e profissional.
As sessões passarão a ser via Internet e de três em três meses ou de quatro em quatro ele estará em Lisboa para fazer consultas presenciais. Apenas mudanças, transformações e um enorme abalo na minha estabilidade.
Não é apenas e tão só a "perda" física, mas também a inveja de não poder fazer algo semelhante e a frustração por essa mesma impossibilidade. Nesta fase da minha vida, em que necessito absolutamente de mudança e de alterar as minhas prioridades para outros campos, apanho com um projecto muitíssimo bem estruturado e sentido.
Ontem estava a ouvir tudo isto e sentia a felicidade que irradiava e que era patente na voz, o entusiasmo e a enorme expectativa do novo rumo, por ser algo que aparentemente está de acordo com o modo de vida que o AA quer ter. Para além da qualidade de vida, da tranquilidade e da paz do espírito, há ainda um encontro com a natureza e com outras realidades.... felizmente que parece estar previsto alojamentos para quem o quiser ir visitar e lá estar umas semanas, quer em terapia, quer em ferias.
É evidente que o vou fazer... se puder e tiver disponibilidade para tal, porque sinto que vou ter muito para digerir e entranhar. Este primeiro embate foi terrível e assustador, mas agora que o tempo vai passando provavelmente irei aceitando mais e melhor. Quanto mais não seja, e se de tudo não me conseguir adaptar, terei que mudar de analista. O que não quero mesmo!
Vamos passar a ser analisados, via skipe, visualizando o meu espaço e conhecedores precisamente da realidade onde nos inserimos. Ele terá que me ver, observar o meu espaço físico, as minhas reacções e até, como eu já suspeitava que era importante, os movimentos manuais que se fazem durante as sessões. Ontem pela primeira vez tive de  interromper a sessão para ir satisfazer uma necessidade fisiológica, tal a pressão sentida naquele momento.
Sinto que, comigo, nada pode estar tranquilo e neutro durante muito tempo, porque na verdade tudo é possível de se alterar num segundo e assim a noção do tempo, como tenho referido, perde-se e uma hora parece um minuto, com a sensação de nos ausentarmos no tempo e no espaço.
Segundo parece, vou participar num estudo a nível mundial, duma "nova" forma de ser analisado, visto que apenas há um grupo de especialistas a quem foi aplicado, mas não há ainda estudos práticos ou evidências científicas de que é possível. De qualquer forma, ele já tem alguma experiência nesse campo porque o faz já com alguns pacientes estrangeiros e os resultados parecem ser bons.
O sentimento também é de frustração na medida em que, estando à procura de outros caminhos e aplicações, me surge este projecto altamente elaborado, inovador e com imensas potencialidades, que me deixa abalado por não conseguir igualmente dar esta volta completa à vida e a alternativas válidas.
A idade é outra, a actividade profissional também e a disponibilidade financeira não se compara pelo que terei de continuar a procurar o meu caminho, dentro das opções possíveis e duma forma realista.
Hoje é dia integral de consultório, havendo um ambiente totalmente positivo e saudável, tirando algumas atitudes que considero imaturas e sem qualquer graça possível, por mexerem com factos recentes e atitudes ainda não removidas.
Hoje tenho mais uma sessão, a ultima antes das ferias e assim ainda se poderá explorar melhor este imenso caminho que se abriu ontem e que fará parte do meu universo daqui em diante. Também quando comecei o divã, tive uma sensação de perda e de ausência que me desagradou profundamente e que levei algum tempo a entranhar. Agora essa atitude analítica é pacífica e tranquilamente a faço, pelo que provavelmente também assim será doravante.
Aqui fica o habitual SORRISO com muitas interrogações e a necessitar mesmo de descansa, ferias e dias de absoluta calma para conseguir entranhar tudo o que me abalou nestas ultimas 24 horas.



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