quinta-feira, novembro 01, 2012

Feriado

Hoje é dia de todos os santos, dia em que, habitualmente, as pessoas vão aos cemitérios recordar os seus entes queridos e meditar um pouco na vida. É dia de romaria e de saudade, de relembrar as pessoas que, apesar de não estarem fisicamente connosco, se encontram entre nós e espiritualmente nos povoam.
Sempre ouvi dizer que enquanto formos recordados e lembrados, nunca desaparecemos definitivamente, pelo que tenho sempre presente aqueles que, já tendo ido, continuam a ter um lugar bastante importante no meu coração e pensamento.
Hoje tive vontade de ir visitar a campa do meu Pai, ver como é que ele está e "falar" com ele, porque me tenho lembrado bastante dele e porque na verdade a minha irmã P. também me tem falado muito no nosso Pai, nas recordações comuns e no nosso passado, no qual evidentemente ele tem um papel fulcral.
Neste momento, sinto-me em paz com ele apesar de ter pena de não ter resolvido muitos pequenos nadas com ele, mas tenho a certeza de que, à sua maneira, ele me percebia, gostava de mim e tinha orgulho no que eu sou como pessoa e Homem. E isso é o fundamental neste momento e neste quotidiano para poder integrar muitas coisas do passado e sobretudo, percebe-lo e aceitar a forma como ele era e estava na vida. 
Cada vez percebo menos certos comportamentos e atitudes que me desnorteiam completa e totalmente na medida em que evidenciam uma violência e uma agressividade constante que me ultrapassa, assusta e sobretudo perturba duma forma enorme e violenta. Sinceramente não sei mesmo como proceder ou fazer, mas sei que estes comportamentos não se poderão manter durante muito mais tempo sem consequências e problemas mais sérios porque não são compatíveis com uma vivência salutar e tranquilizadora.
Tenho pensado em muita coisa e na verdade, conhecendo-me também como estou e sou, não devo perceber muita coisa que se passa e neste caso concreto, há certamente razões que desconheço e que me ultrapassam, mas que me preocupam e me cansam, pela lenta degradação da situação que me faz lembrar outros factos, outras vivências e outros desfechos que não queria mesmo. Parece-me que todo o trabalho de psicoterapia está a levantar facetas que eram desconhecidas e que, dificilmente, são controladas e sobretudo entendidas. Sendo assim, é difícil tentar dar a volta, haver um entendimento e ainda um futuro... sei que tem que haver um maior trabalho e integração de tudo isto, mas é um trabalho que terá que ser feito pelo próprio e principalmente compreendido e assimilado.
Não há muita coisa para se fazer hoje, porque a vontade já se foi e sendo assim, nem sei bem como fazer e como reagir doutra forma, sem ser estar bastante perturbado e sobretudo triste. Mas é a vida e vamos seguir em frente e reagir da melhor forma que pudermos e conseguirmos.
Deve ser deste dia em que recordamos os nossos entes queridos e que, por tradição, nos lembramos mais deles e do muito que representam para nós e na nossa vida e coração.
Quase na minha sexta década de vida, a verdade é que já vivi alguma coisa, tive várias e múltiplas experiências, contactei com muita gente e tenho uma grande mais valia no contacto humano e na forma de estar na vida e de sentir as coisas. Certamente que ainda me faltará muitas mais coisas, mas gostava neste momento de ter mais calma, mais paz e mais entendimento,na medida em que já é suficiente a luta que temos que travar diariamente na nossa actividade profissional para podermos manter tudo aquilo que temos e que somos.
Fica um imenso SORRISO, misturado com uma sensação estranha e difícil de gerir, mas com a vontade de que possamos ainda seguir em frente como queremos e desejamos. Tenhamos a capacidade e a energia para o conseguirmos e termos sucesso!


 
 

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