quarta-feira, agosto 06, 2014

Más Vontades

Há pessoas que  parecem sentir prazer em estar permanentemente à procura de factos ou acontecimentos para culpabilizar ou diminuir os outros, para que possam sobressair como os melhores ou simplesmente por não conseguirem olhar para dentro de si e descobrir o que existe. 
Penso que será esse mesmo o caso, de pessoas sem vida própria, sem identidade consolidada ou interesses diversificados para além da obsessão profissional que os levam a dimensionar tudo à sua própria pequenez e até alguma mediocridade.
Tenho encontrado algumas pessoas assim e, felizmente, tenho conseguido passar através delas e até para além delas, se bem que por vezes nem sempre é fácil fazer esse exercício, que exige distanciamento, confiança e principalmente bem estar interno e equilíbrio.
Há alturas em que as barreiras parecem intransponíveis quer pela particularidade de certas pessoas, quer pela má vontade de outros quer ainda pela completa falta de pontos de contacto entre as pessoas. A forma como se vê o Universo, as pessoas, a profissão e o entendimento é e será sempre influenciado pela nossa identidade, pelo nosso Ego, medos, receios, experiências de vida e toda a parafernália que nos acompanha e se não houver a capacidade de nós percebermos ou , pelo menos, de tentarmos outras aproximações ou pontos de vista então pouco ou nada se poderá fazer ou integrar.
Neste momento, há situações que me são dificilmente entendíveis ou percebidas, dado que nunca passem por elas nem tão pouco consigo entender uma vontade (quase) deliberada de querer prejudicar colegas ou pessoas.
A evolução da Medicina e da Medicina Dentária tem sido imensa e, neste momento, é bastante difícil a cada profissional manter-se actualizado em todas as áreas e em todos os aspectos; a minha (longa) experiência também me diz que funcionamos também um pouco por modas e costumes mas que o essencial e o básico se vai mantendo ao longo dos tempos. Acho que a grande transformação se irá dar já fora do meu tempo útil de trabalho, com métodos inovadores, técnicas não invasivas e muito mais que nem faço ideia.
Dou o exemplo das técnicas radiologicos que estudei nos meus tempos de aluno de medicina, sendo obrigado a abertura todas as técnicas e posições possíveis para se fazer radiografia e em que o TAC era um exame de futuro e a ressonância, estava numa nota de rodapé da sebenta como uma possibilidade terapêutica a desenvolver. Hoje vivemos em plena época de TAC's e de Ressonâncias Magnéticas não como exames complementares de diagnostico, mas como exames de primeira linha.
Até muitas vezes a substituir a semiologia clinica, o contacto medico doente e o anamnese correctamente feita aos pacientes.
Por isso, sei que é preciso cuidado na abordagem destes assuntos de actualizações ou de críticas a colegas noutra fase de desempenho clinico e já numa etapa diferente e sem aquele ímpeto de inovação e de "garra" da juventude pessoal e profissional. E deve-se respeitar as diferentes etapas duma pessoa porque, inevitavelmente, todos chegarão a essa fase duma forma ou doutra. E ser repreendido pelos mais novos ou mais capazes é algo que magoa e fere a nossa sensibilidade se não for feito duma forma humana e correcta.
Mas, alinhemos com o pouco tempo que faltam para as nossas ferias e fiquemos com o nosso habitual SORRISO que, por acaso, está estável, forte e positivo mesmo com a turbulência existente e os ventos muitas vezes contrários à nossa vontade.

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