quarta-feira, agosto 27, 2014

Diversos

Hoje vêm ter connosco os amigos que fizemos pela Índia e com quem nos demos tão bem... são bastante simpáticos, tranquilos e, numa primeira abordagem que tivemos, uma boa companhia e com alguns pontos em comum.
Como, neste momento, acho que nada acontece por acaso e que tudo tem a sua lógica e razão de ser, sinto que é uma amizade a construir e a descobrir, visto que me parece estarmos muito enfeudados às mesmas pessoas e até acomodados às mesmas rotinas.
Novamente este tema das rotinas surge nos meus comentários por ser efectivamente algo que me custa/custava suportar e que tem que ter as suas razões. Por exemplo, o facto de termos visitas, de termos de pensar nas comidas e no ambiente a criar já me desanuvia da rotina e me faz ficáramos bem disposto.
Como muitas das viagens feitas, às vezes só as começo verdadeiramente a entranhar algum tempo depois e com esta ida à Índia é que está a acontecer! Recordo o muito que vimos, sinto vontade de voltar e de ter visto muito mais e começo já a programar uma próxima ida, mas ainda não entranhei totalmente a viagem.
Foram dias cheios, intensos e deslumbrantes, tendo visto em simultâneo coisas lindas e fantásticas, mas também muita miséria humana e uma forma de viver completamente fora dos nossos padrões. 
Quero voltar doutra forma, para estar mais perto das pessoas, andar de comboio, de barco, ver o Ganges, assistir ao quotidiano deste povo que vive num contraste absoluto e que tem um enorme potencial futuro. É uma população maioritariamente jovem, com tradições, culturas, religiões múltiplas e que gostaria de conhecer mais e melhor. Espero que assim seja num futuro próximo... 
Agora penso já nas próximas ferias que também gostaria que fossem pela Ásia, talvez Tailândia ou Vietnam... vamos a ver!
Comparando a nossa vida com o eu vimos, temos o privilégio e a sorte de termos um nível de vida excelente, de podermos estar em casas e locais diferentes e com as suas próprias finalidades e de pertencermos talvez a uma minoria que ainda se pode dar a alguns luxos e extravagâncias.
Quando estivermos mais tristes ou aborrecidos, temos que nos lembrar do que vimos, do que pressentimos e da "sorte" que temos na nossa vida e estar. Efectivamente e à medida que viajamos mais e conhecemos mais mundo, chegámos sempre à conclusão que seria bom viver em determinadas épocas ou países desde que se pertencesse a uma classe/casta alta e com posses, visto que por exemplo a vida dos Intocáveis na Índia devia/deve ser infrahumana. Aliás li no outro dia que há trabalhas ainda só feitos por estas pessoas que são simplesmente impressionantes...
Felizmente que ainda temos alguns dias de ferias e de descanso neste local em que podemos estar tranquila e descontraidamente a repousar das "agruras" dos dias de trabalho... e tenho pensado que os meus actuais colegas de trabalho são, efectivamente, bastante diferentes e com uma visão radical da profissão. Mas talvez seja o habitual nos dias de hoje, em que a concorrência, a procura constante dum lugar no mercado e a excessiva oferta obrigam a atitudes que, há uns anos, seriam totalmente descabidas e até contra a lógica existente entre profissionais da mesma área. Isso continua e há-de continuar a fazer alguma confusão visto que sempre tentei ter uma visão global da vida e da profissão e nunca ter conseguindo acusar nenhum colega acerca dos seus procedimentos.
Tenho também pensado nos meus filhos, na sua presença e ausências, nas suas formas se estar e agir e sinto saudades de estar pacificamente com eles e de interagir no dia a dia com eles. Gostava que o nosso relacionamento fosse mais calmo e menos problemático, como acontece de vez em quando, mas sei e sinto que, cada um deles, tem as ferramentas necessárias para enfrentar a vida e que lhes dei o possível e até mais do que isso. Por isso e apesar de sentir a nostalgia de não os ter tal perto como gostaria, sei que, melhor ou pior, estão encaminhadas e cada vez mais libertos da minha pessoa e com a sua independência.
Também tenho que reflectir seriamente no que vou fazer nas minhas segundas feiras de tarde, estando a pensar fazer algum curso online, ou frequentar algum tipo de aulas de cultura geral ou de alguma especificidade, sem nada ter a ver com medicina ou saúde. Vamos ver o que se pode arranjar nos tempos que correm.
Finalmente sinto-me bastante afastado da minha psicanálise e do meu analista, parecendo ter perdido a grande ligação e intimidade criada nestes últimos meses, que completam quase um ano.
Devo estar zangado com o AA,  ressentido com a sua permanência algures, bem como por tudo aquilo que postou no FB, que demonstra a sua vida e identidade próprias, das quais os seus analisados não fazem, de todo, parte. E talvez isso custe bastante.
Vou ainda dar um mergulho antes do almoço e assim aproveitar este calor que está e que merecemos depois dum tempo tão estranho como o que tivemos. Quero e preciso de calma, tranquilidade e de ter tempo para pensar e perceber tudo aquilo que me vai acontecendo e surgindo pela frente.
Um enorme, SORRISO nesta quarta-feira de Agosto, em que perante a visão desta natureza tão pacífica e tranquila, gostaríamos de estar marias-moles sintonia com essa mesma natureza duma forma calma sem este "frenesim" que por vezes ainda sentimos. Ou seja, porque esperar mais do que temos ou fazemos e querermos (quase) sempre mais do que aquilo que nos aparece. 
Apesar de tudo vamos conseguido estar cada vez melhor com o que temos e com a sorte da nossa vida, mas mesmo assim gostava que o meu SORRISO fosse mais efectivo e real em muitas ocasiões e que pudesse desfrutar cada minuto da minha vida e do meu autorizando duma forma plena e feliz.

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