segunda-feira, novembro 10, 2008

Espirito Natalício

Tenho o costume de fazer as compras de Natal durante este mês de Novembro, mas devo confessar que este ano estou com muito pouco ou nenhum espírito natalício. Acho, sinto e penso que existe muito pouco de Natal e muito de comércio. Além de que com esta crise, não tenho mesmo grande vontade de fazer compras...
E com o aumento da família, tem vindo a haver uma divisão de pessoas na consoada e no próprio dia, o que também perde a tal espírito. E como filho de Pais separados sempre foi muito complicado a divisão destes dias e ainda mais quando me casei e tinha mais uma casa para me distribuir.
Mas a principal diferença que sinto é, precisamente, no espírito que havia e que se sentia. E isso deixou-se completamente de sentir... e adorava fazer as compras, buscar o presente ideal para cada um e na volta, sentir um grande prazer no que me davam. Até que com o aumento da família e até dos amigos, tivemos que fazer opções e escolhas e passar a dar a uns em detrimento de outros. Pois no último Natal em que não fiz esta opção, comprei para cima de 80 ( oitenta ) prendas... é obra!
E mesmo para os meus filhos, já nem sei que lhes dar porque, felizmente, lhes vou dando bastante do que eles querem durante o ano e chega a esta altura e parece que não há nada a comprar.
Há uns anos - o tal em que comprei para cima de 80 prendas, estava completamente imbuído do espírito natalício e adorei essa época, esses dias e mesmo os dias da consoada e de natal. O Natal tem também e sempre uma certa carga negativa para a nossa família materna, porque foi num dia 24 que moreu a minha avó materna e lembro-me muitissimo bem dessa altura.
Mas quando o Natal não era um comércio, lembro-me de andar lá em casa da minha Mãe à procura dos presentes, a remexe-los e a sentir o que eram. E era verdadeiramente uma alegria, que voltei a sentir intensamente quando começei a ver o brilho de alegria nos olhos dos meus filhos, perante o monte dos embrulhos e à medida que os iam abrindo. Agora, quase que lhes pergunto o que querem e pouca surpresa existe, na medida em que já têm os seus próprios gostos e felizmente não têm necessidades prementes. E os presentes acabam por ser escolhas deles.
MAs tradição é tradição e no próximo fim de semana vou começar ( e acabar ) as compras, porque detesto os ajunamentos de Dezembro e quero deixar tudo arrumado quanto antes.
E vou fazer a lista, rectificando-a como faço todos os anos, cortando uns ou acrescentando outros, com um grande SORRISO e um maior AMOR.
As ruas, as grandes superfícies já estão todas enfeitadas neste princípio de Noembro e em boa verdade, o Natal é daqui a umas 6 semanas mais coisa menos coisa... estou a pensar que provavelmente para o an gostaria de ir passar estes dias a espanha, a casa do meu hermanito e cunhadita. Veremos
Para já, AMOR em nós e nos outros e um grande, grande SORRISO. Tenho reparado com um SORRISO que ao praticar pequenos gestos no meu quotidiano, fico mais sorridente e sobretudo se me apercebo que surpreendi positivamente, então fico ainda mais agradado.
PS: adorei o último comentário da cinderela. Vale a pena ler com atenção e reler uma vez mais, porque está espectacular. Devo dizer que esta minha Cinderela deve ser - e é certamente - uma pessoa fantástica

1 comentário:

Anónimo disse...

Calma e feliz noite Dr. Luis!

De olhos pestanudos vivos e arregalados, nariz esborrachado nos vidros das imensas montras, numa avidez tão profunda, tão próxima do deslumbramento, era assim que se avizinhava a época natalícia, nos meus tempos de criança.

A Baixa de Lisboa tinha um encanto muito próprio.
O simples passeio pelos seus ornamentos, já tinha carácter de presente de Natal.
Tudo era simples mas tão belo!

Não, não sou saudosista, mas..........sinto tantas saudades!

Tento, ainda hoje, que permaneça na minha casa o espírito que engrandece a época e a celebração.
Não é fácil congregar entre tantas pessoas a mesma comunhão mas, o esforço nunca é em vão.
De um ano para outro, verifico que os meus convidados se empenham no convívio, na partilha das emoções. Choram com mais facilidade quando uma criança fica extasiada ao olhar para um presente feito pelas mãos de um seu colega e amigo.
As trocas de presentes só fazem sentido se nos elevarem.
Mas isto aprende-se com muitos natais.
Também passei pelas correrias loucas na procura do efeito surpresa.Chegada à hora da Ceia, estava de tal forma exausta que, pouco ou nada aproveitava da noite. Era só corpo presente.

Cabe-nos a nós corrigir o que não nos dá prazer.
Façamo-lo com calma, explicando, a cada interessado, a felicidade que se pode atingir se se modificar o imperativo.

O Dr. imagina a alegria de um grupo de idosos, com poucos recursos, a quem é ofertado um caixote com um lindo laço e uma montanha de revistas do social?
Revistas já obsoletas, com datas desde o início do ano em questão.
Todas em bom estado e a cheirar a novidade.
Pode não parecer mas, é a forma daquelas pessoas se identificarem com o dia-a-dia daqueles de quem ouvem falar mas descohecem o rosto.
É tema de conversa para umas quantas semanas entre todos. Por uns tempos falam todos o mesmo idioma. O ponto de interesse que se gera, fá-los juntarem-se e comungarem do mesmo ideal.

Já vi grandes transformações.
Pessoas amorfas, distantes, que se sentiam marginalizadas, ficaram doces, interessadas, participantes e muito activas.
Há por acaso melhor Natal?!

Parecem estórias do imaginário, mas felizmente são o testemunho vivo do pouco que é necessário para fazer alguém sorrir.

A azáfama já começou e os meus trabalhos manuais estão quase terminados, depois é só sorrir.

A cirurgia do meu filho veio alterar o percurso, mas, os dias são muito grandes e proveitosos. Assim nós saibamos aproveitá-los.

Sabe que gosto muito de fazer surpresas?

Com o Espírito Natalício por perto, o melhor é prevenir!

Sorrisos e pés quentinhos.

A Cinderela