terça-feira, fevereiro 11, 2014

Chuva

Chuva, dia cinzento e nostálgico ... hoje vou abordar as minhas fases de uma certa euforia, tentando perceber os motivos, as causas e essencialmente o substrato dessas mesmas fases.
Vamos ver o que vai sair destas "novas" estradas neuronais em construção e se conseguimos extrair algum significado destas fases. 
Ontem foi dia de jantar com o meu filho mais novo, ligamento acompanhado pela namorada que não estava connosco há muito... conheci uma faceta muito divertida, aventureira e diferente deste meu filho que desconhecia por completo.
Esteve a contar-me aventuras que teve que nem me passavam pela cabeça, uma vez que sempre o considerei demasiadamente certinho e incapaz de determinados actos ou factos como os que tive, ontem, conhecimento.
É engraçado como podemos não conhecer, nem sequer desconfiar de determinados aspectos daqueles que consideram bem próximos e que nós são tão queridos; mesmo assim, há coisas que nós passam ao largo e que nós deixam extremamente espantados.
Nunca pensei que o meu filhote mais novo fosse capaz de ter feito o que me contou e, agora, passada a surpresa inicial, sinto até um certo orgulho nessa irreverência e "loucura" própria da adolescência.
Até cheguei a estar preocupado pela falta desses mesmo actos da juventude porque se não são feitos na altura certa poderão dar muito maus resultados se feitos mais tardiamente.
Pessoalmente nunca fui pessoa de grandes aventuras ou loucuras na infância ou juventude, sentindo que me fez falta essa faceta, na medida em que fiz, se calhar muita coisa em idade menos propicia e menos apropriada.
Serve para dançar que nunca conhecemos devida e completamente mesmo aqueles que nós são tão próximos e queridos, bem como a diferença entre os filhos porque certamente que o meu mais velho não demoraria mais de 3 anos a contar-me estas aventuras e factos.
Li algures esta máxima de Fernando Pessoa"As figuras imaginárias têm mais relevo e verdade que as reais." ... acho curioso o facto de actualmente até poder ser verdade por causa das redes sociais e da Internet, mas quando ele escreveu isto, não havia este fenómeno e as pessoas reais eram as que existiam, devendo estar a referir-se ao que nós pensamos e idealizamos acerca das pessoas que depois e eventualmente poderá ser menos relevante do que a pessoa real e física.
Era efectivamente uma pessoa duma grande visão e beleza estética, visto que quanto mais conheço da obra de FP, mais maravilhado fico e mais surpreendido para enorme capacidade de escrita e de visão, de esta máxima é um exemplo evidente.
Na actualidade damo-nos com pessoas de todo o mundo, a todo o momento e se não se tiver cuidado, há uma exposição excessiva e demasiada da vida, factos e acontecimentos, com aproveitamentos ilícitos e até perigosos.
Tenho centenas de amigos nas redes sociais e por acaso até os conheço quase todos, seja pessoal, profissional ou por qualquer outro motivo, mas é evidente que apenas me relaciono com muito poucas dessas pessoas... Ou seja, na actualidade estas pessoas que circulam na net têm efectivamente mais relevo e verdade que as reais, mas o contexto em que ele escreveu isto era totalmente diferente e nada tinha a ver com o mundo de hoje. Pelo que acho ainda mais extraordinário esta capacidade premonitória deste poeta.
Tem sido uns dias de algumas faltas que, felizmente, vão sendo colmatadas com urgências e outras actividades, mas normalmente o mês de Fevereiro tende sempre a ser bastante fraco e cê menor actividade, já me tendo sido explicado os motivos desta diminuição do consumo que ainda pode estar relacionado com gastos excessivos da época natalícia e com o necessário ajustamento das contas.
Voltando ao tema inicial, penso que me passou esta fase de euforia em que andava, bem como o período do consumismo excessivo e preocupante, que é ainda um resquício da tal minha personalidade border line, que se manifesta de muitas e variadas maneiras e sobretudo pela acção a comandar o pensamento que era praticamente inexistente. De qualquer forma, há muito que não me aparece a tal faceta de demónio ou mais negativam se bem que ainda não consiga controlar na totalidade determinados comportamentos, como por exemplo, ficar aborrecido por não me darem a atenção devida e preferirem estar a jogar horas infindáveis no IPad ou no telemóvel. Sem que é irracional, mas não consigo deixar de ter ciúmes e de achar que me menosprezam, não sendo se todo essa a realidade.
Não consigo de deixar de sentir esse sentimento de rejeição e de frustração que, logicamente, magoa quem está comigo visto que todos temos o direito se nós distrairmos como achamos e gostamos mais, mas é superior à minha vontade e ainda não consegui vencer de todo esse meu complexo nem egocentrismo.
Um enorme SORRISO com alguma energia, mas sobretudo com a grande vontade de sermos felizes e de tornar feliz as pessoas que privam connosco

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