quarta-feira, abril 11, 2012

Pensamentos

Ontem foi um dia preenchido no consultório, não só com bastantes doentes, mas também com alguns problemas das marcações e do que considero serem erros de agendamento e quebra do acordado.
Tenho que estar particularmente a esse aspecto, na medida em que é a minha vida profissional e estabilidade que estão em jogo e por isso mesmo não posso descurar nada acerca disso. Alias, tenciono começar a ser bastante mais intervertivo na direcção clinica, porque há certos aspectos que têm que ser devidamente acautelados antes que haja problemas sérios e que, como director clinico, tenha que justificar o que não pode ser justificado.
Nunca hei-de conseguir aquele funcionamento que gostaria que houvesse, porque não há um entendimento total acerca de regras e de modo de acção, mas pelo menos quero um atendimento correcto e eficaz para todos, com a salvaguarda dos direitos de todos e principalmente de quem mais se empenha e trabalha para o consultório.
Felizmente que  neste momento há um relacionamento e uma confiança entre os responsáveis pelo consultório, que permite que, apesar de tudo, as coisas funcionem e não haja grandes desentendimentos ou convulsões. De qualquer forma, e como já disse, tenciono sugerir novos procedimentos e formas de agir e sobretudo não pactuar com determinados comportamentos.
Faz agora 100 anos que o Titanic se afundou e são muitas as series e os comentários cerca desse facto, mas nada que se compare com o filme do Cameron que na verdade imortalizou o navio e a história. Ontem deu um comentário com a sequência dos factos, o erros sucessivos e a progressao da agua e do afundamento do navio. É impressionante constatar que uma obra daquelas, uma construção aparentemente indestrutível, pode afinal ser tão vulnerável.
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Devemos pensar nas nossas limitações e também sermos humildes, porque as certezas dum dia e a força do presente podem ser as incertezas do amanha e o fracasso do futuro, pelo que em cada momento temos e devemos avaliar as circunstancias e sobretudo limitar os excessos e desvalorizar os fracassos, na medida em que tudo tem uma justificação e um equilíbrio muito próprio.
Perante todos estas ocorrências e factos, a verdade é que temos que ter a plena consciência das nossas limitações e do nosso papel neste Universo em que somos apenas e tão só um ínfimo grão de areia neste enorme mecanismo. Podemos contribuir para que este mecanismo corra o melhor possível mas também o podemos emperrar e dificultar o seu andamento, pelo que é este equilíbrio que devemos procurar e manter.
Tenho comentado bastante acerca da nossa aprendizagem de vida, das nossas possibilidades de intervenção e ainda do que podemos e devemos fazer para que a vida, individual e colectiva, possa melhorar e assim tornarmo-nos melhores e crescermos como indivíduos. Felizmente que nesta fase da minha vida, tenho encontrado as pessoas certas e correctas que me permitem ver a vida duma forma mais positiva e sobretudo agir melhor comigo e com os outros que me rodeiam.
A integridade, a honestidade, a sobriedade e a interacção são peças fundamentais no nosso comportamento quotidiano, mesmo que à nossa volta os exemplos sejam outros e atentatórios até daqueles princípios que considero fundamentais. Tenho a sorte de estar bem rodeado e de neste momento ter pessoas muito validas e credíveis à minha volta.
Se não estivéssemos em crise aguda e nesta recessão que nos transcende, certamente que poderia estar numa das melhores fases da minha vida, por ter atingido esta idade da forma como estou, com os filhos que tenho, a relação que mantenho, a família que construí e os amigos que me rodeiam. São muitas coisas positivas, que tenho de valorizar sempre que o pensamento fuja para zonas negras ou mais negativas, porque é certo que neste momento o meu saldo é francamente positivo. E felizmente que assim é!
Tenho que manter este nível energético e refugiar-me nestas ondas positivas que me rodeiam na certeza de que, quanto mais conseguirmos DAR, também mais recebemos, com os benefícios que todos nós poderemos ter.
Um enorme SORRISO nesta quarta-feira, meio do mês de Abril com um grande Abraço a todos os que me rodeiam e ainda aos ausentes. A vida é para ser vivida e sentida com dignidade e sentido de responsabilidade para que todos os dias o nosso SORRISO possa ser válido e sobretudo ter o significado que nós queremos.

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