Pobres das Flores dos Canteiros
Pobres das flores dos canteiros dos jardins regulares.
Parecem ter medo da polícia...
Mas tão boas que florescem do mesmo modo
E têm o mesmo sorriso antigo
Que tiveram para o primeiro olhar do primeiro homem
Que as viu aparecidas e lhes tocou levemente
Para ver se elas falavam...
Pobres das flores dos canteiros dos jardins regulares.
Parecem ter medo da polícia...
Mas tão boas que florescem do mesmo modo
E têm o mesmo sorriso antigo
Que tiveram para o primeiro olhar do primeiro homem
Que as viu aparecidas e lhes tocou levemente
Para ver se elas falavam...
Alberto Caeiro, in "O Guardador de Rebanhos - Poema XXXIII"
De fim de semana prolongado e em família, temos a sorte de estarmos tranquilos e em Paz connosco e com o Universo. São estes pequenos nadas que, ao fazerem a diferença nos permitem crescer, aprender e sermos em cada dia melhores do que no dia anterior.
Estamos aqui e agora, nesta sonolência bem vinda e purificadora do que somos e queremos ser. Percebemos que, como as flores, " nascemos todos os dias porque somos em simultâneo o passado, o presente e o futuro num todo e nessa perspectiva conseguimos entender melhor o que devemos e podemos fazer. Este silêncio exterior está de acordo com o cada vez mais presente silêncio interior, afastado dos ruídos de outrora e das acções impensadas e irreflectidas.
Este silêncio propicia pensamento, reflexão e concentração nos nossos objectivos e no nosso dia a dia. O curso de Mindfulness que me pareceu de início muito primitivo é, apesar de continuar a achá-lo básico, interessante e estimulador de algo bastante importante para a nossa vida que é a concentração e a percepção do que realmente interessa é tem valor.
Podemos ter pensamentos positivos e outros desagradáveis, mas para todos devemos ter a reacção adequada e ajustada para que evitemos o sofrimento, a angústia e a culpa. Ou seja, se percebermos onde se localiza ou pode localizar fisicamente esse es pensamento e se aprendermos a lidar com essa sensação, mais facilmente também focaremos a nossa atenção em factos ou sentimentos concretos.
Ou seja, não podendo afastar o que nos desagrada, assim como também guardamos aquilo que gostamos e nos dá felicidade, podemos transformar essa sensação de incomodidade em algo que possamos controlar e gerir.
Sendo assim, a nossa vida e o nosso quotidiano podem ser totalmente diferente do que era com mais Felicidade e vontade de crescermos e de sermos em cada dia aquela flor que sempre nasce diferente em cada dia, mantendo, contudo, as suas raízes, lembranças e memórias.
Sendo nós um todo em nós próprios, então que consigamos gerir da melhor forma esse todo sem fragmentações, queixas ou intolerâncias que apenas produzem mal estar, desagregação e a nossa própria desestruturação.
Perceber como agimos, compreender os nossos pensamentos e deixar que tudo seja fluido como a corrente dum rio será talvez a melhor maneira de estar no nosso dia a dia. Neste momento e agora a minha percepção e aceitação das realidades é totalmente diferente da que tinha há uns tempos, bem como as minhas atitudes e acções também o são, visto que a nossa interiorização, o nosso processo de pensamento, de consciência e de lidar com o nosso Self e Ego também se alteraram.
E como foi para melhor, num patamar mais elevado de conhecimento podemos ficar com o nosso habitual SORRISO cada vez mais forte, mais consciente e sobretudo mais capaz de enfrentar o sofrimento, a culpa ou os remorsos duma forma bem mais positiva é capaz. Ou seja este nosso SORRISO permite-nos encarar a vida duma forma mais benéfica para nós e o nosso objecto interno, como ainda com todos os objectos externos que podem ou não ter importância consoante o que nós próprios decidirmos.
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