segunda-feira, novembro 17, 2014

Afectos

Outra semana de trabalho, depois de uns quantos dias a recuperar em casa. É incrível como o tempo passa depressa e rapidamente quando nos sentimos e estamos bem. 😉 
Uma vez mais, almoço em família sempre agradável, com o acréscimo da presença dum sobrinho muito querido e estimado que está de visita a Lisboa. Esperemos que encontre rapidamente o seu caminho e rumo de vida.
A minha grande surpresa foi o carinho e a atenção que mereci duma pessoa muito importante para mim, que senti estar bastante carente e sobretudo precisar de mim é gostar de estar comigo. Fiquei bastante feliz e contente com essas manifestações e penso que, talvez, estejamos de novo em caminhos coincidentes ou pelo menos em rumos que nos fazem respeitar e aceitar o que cada um de nós é.
Cada vez mais, estes momentos de convívio e interligação das pessoas são fundamentais para mim, com a percepção plena de que, efectivamente, tudo parte e tem origem em nós próprios porque se estivermos bem connosco, toda a interacção com os objectos externos se torna fluida, fácil e compreensível.
Curiosamente, surgiram na conversa os medos e receios que cada um de nós transporta consigo, como seja, ser um filho indesejado ou adoptado, não ter o carinho suficiente que procuramos e outras "marcas" que as pessoas têm. E que quando vêm à superfície significa que estão presentes e no nosso consciente, mas de maneira alguma totalmente resolvidas ou pelo menos entranhadas.
A falta de afectos, de carinho e de AMOR é algo transversal no mundo actual, visto que a pressa em que vivemos e a forma como nos relacionamos é, muitas vezes, adversa a manifestações de afectividade, muitas vezes consideradas como fraqueza ou indesejáveis.
A minha família não é, de todo, uma família de afectos físicos ( beijos, abraços ou até palavras carinhosas) mas tem, em si mesma, a grande capacidade da criação duma rede de afectos e de bem estar, numa comunhão de solidariedade e de interesse de todos por todos. Ou seja, duma forma geral, pode-se dizer que tenho uma família sólida, integrada e que me é portadora de Paz, tranquilidade e felicidade.
Ainda para mais neste momento sentir a aproximação e a necessidade de afecto de quem escrevi mais acima, deixa-me a certeza de que vale a pena esperar, vale a pena ser sereno e respeitar o espaço de cada um, com o objectivo de recuperar essa mesma relação que, intrinsecamente, nunca se rompeu na sua totalidade e nunca deixou de existir presa em milhentos fios subterrâneos, de memórias, de sentimentos e emoções.
Ando espantado com um dos livros que estou a ler, acerca das interligações ( escandalosas e brutais) entre negócios privados e públicos e sobretudo a força e predominância das grandes sociedades de advogados no nosso País. Com este livro, estão explicados muitos factos que vão ocorrendo em Portugal e os milhões de euros desperdiçados ou mal gastos em tanta coisa, bem como os motivos pelos quais muita coisa não é, nem pode ser, alterado por estes protagonistas que temos.
A passagem das pessoas nas administrações públicas ou privadas, a sua permanência ( oculta ) nos centros de poder e a sua enorme influência na coisa pública é extraordinariamente preocupante é ainda mais, quando ninguém faz absolutamente nada perante a evidência e as provas provadas dos factos.
Continuando neste registo é óbvio que nunca sairemos deste estado de coisas porque o poder político está minado por dentro e subjugado aos interesses de alguns, que são muitas vezes os mesmos que resolvem e têm o poder de decidir (e portanto também o poder de vetar, adiar ou complicar). Estou mesmo atônito como é que tanta gente da nossa praça ocupa dezenas de lugares de topo e no fundo comanda e manda no País.
Percebe-se agora como todos andamos cada vez mais afastados da política, descrentes na resolução dos nossos problemas e sobretudo sem acreditar na regeneração do País e do seu sucesso. Talvez bastasse cortar mordomias e interesses instalados, mas para isso seria preciso um Sá Carneiro ou alguém com a mesma fibra e força, que, infelizmente, não parece existir.
Um enorme SORRISO nesta segunda feira do mês de Novembro em que procuramos a nossa Felicidade e Bem Estar.

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