sexta-feira, agosto 06, 2010

6ª feira

Estamos quase de férias, ou seja, mais uma semana e por uns bons tempos nada de trabalho, dentes ou afins, estando totalmente concentrados no lazer e na absorção da cultura milenar que vamos visitar.Estou cada vez mais ansioso e se calhar é por isso que durmo mal e pouco.
Hoje acordei por volta das 2 da manhã, completamente desperto e sem sono nenhum, pelo que tive de recorrer a um comprimido para poder dormir e vir trabalhar normalmente e felizmente que já tinha avisado que viria mais tarde. Não sei o que se passa mas a verdade é que estou cada vez com maior dificuldade em dormir e de descansar convenientemente. Será do calor, do stress, de preocupações ocultas, de falta da psicoterapia, de "maus olhados " ou apenas uma alteração dos ritmos de sono e a preocupação inconsciente com este pequeno "problema" familiar que, para mim, já está arrumado mas que me magoa e me perturba, certamente mais do que eu o sinto conscientemente.
Mas hoje é 6ª feira, estou a trabalhar no SAMS, depois sigo para o consultório aonde tenho algumas consultas que justificam a ida, para ir então jantar com os amigos mais chegados, para nos revermos nos intervalos das férias, porque uns já chegaram e e outros, como nós, vão partir em breve. Depois do jantar, vamos até Sesimbra, aonde ficamos até domingo à tarde porque devemos vir a Lisboa jantar com a família que entretanto chega de Espanha e que vêm cá passar uns 2 a 3 dias.
Não há novidades e tudo parece - e está - parado para banhos, porque Agosto é o mês das férias e da ausência de actividade válida e isso continua a fazer-me bastante confusão porque na verdade não é possível - ou não deveria ser - um País, nas nossas condições interromper a sua actividade quase por completo e retomar tudo um mês depois. Ver o exemplo dos USA em que as férias são de uma a duas semanas e não pagas, porque não há essa necessidade de subsídios. Nós, como é sabido com o estado social, temos esta dependência completa e total dos subsídios e isso provoca como é evidente graves constrangimentos nas empresas. Para se saber, entre Julho e Agosto, pagam-se ordenados a dobrar, ou seja, 3 ordenados em dois meses, duplicam-se os descontos para a segurança social, para o IRS dos trabalhadores e mais uns descontos, para além do pagamento especial por conta do IRC, da taxa para a entidade reguladora da Saúde - alguém sabe para o que serve, para além de dar uns "tachos" a meia dúzia de "compagnons de route" do PS e de nos esfolar anualmente ?? - numa fase em que as receitas descem por diminuição de pessoas, preocupadas com as férias e no desfrutar do calor e bom tempo.
São contigências da vida e dum "minúsculo" empresário, que tenta fazer pela vida e proteger a sua fonte de rendimento e a dos seus familiares e empregadas, na certeza de que estes últimos meses do ano e o seguinte irão ser bastante duros e preocupantes. Já estamos em crise há tanto tempo que só espero conseguir manter-me à tona, com a ajuda destas imensas e constantes forças que nos envolvem e que têm seguramente muita e muita força mesmo, porque tenho tido cada vez mais provas da sua consistência e realidade e não estou a sonhar, nem a atravessar qualquer barreira de sanidade ou loucura. Aliás considero-me cada vez mais lúcido, capaz e consciente da minha pessoas e identidade, se bem que por vezes ainda tenho muitos resquícios do "demónio" existente em mim, na eterna luta do ego e do EU, como por exemplo por reacções com quem me é mais próximo, que se aproximam bastante de despotismo e tirania. Mas tenho a consciencia de que me controlo bastante mais e que consigo gerir as minhas emoções duma forma certa e mais correcta, com muito menor desgaste para mim e para os que me rodeiam. Na parte profissional consigo já estar numa postura de viver o quotidiano e de deixar correr as coisas, porque tudo se acaba por resolver e sem qualquer problema de maior.
Também estou a "arrumar" a parte dos colaboradores, com a intenção de ter pessoas empenhadas e interessadas no consultório e não apenas meros prestadores de serviços, sem qualquer participação válida e complementar para o consultório, mas é difícil ter que o queiram mesmo, porque há uma desresponsabilização muito grande e sobretudo ninguém quer arranjar mais problemas e responsabilidades. Da minha parte, quero pessoas com mais valias e que me tragam qualidade para o consultório, para poder corresponder às expectativas dos pacientes e ter um consultório capaz de responder a este mercado que está completamente caótico, desleal e anti-ético. É triste mas na verdade chegámos a um nível que é assustador e o real problema é que as pessoas, os pacientes, não percebem que ao pagarem cada vez menos estão a perigar a sua saúde e que daqui a uns anos começar-se-à a ver os problemas criados por esta redução brutal dos preços e dos serviços. Nós temos despesas fixas e constantes, porque não só não se pode trabalhar sem assistente, como é impossível reduzir na esterilização, consumíveis, etc pelo que não sei bem como há certos consultórios que praticam os preços que praticam. Só pode ser à custa da qualidade e dos cuidados indispensáveis e por isso se começa a ouvir falar em verdadeiros atentados à saúde pública.
Mas fiquemos com o nosso grande SORRISO de 6ª feira, cheio de ENERGIA e FORÇA, na certeza de que o fim de semana vai ser fantástico e cheio de sol, calor e VIDA.

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