terça-feira, novembro 20, 2018

Desejos

Gostava, desejava mesmo, que o ambiente e a alegria que temos de manhã se prolongasse por todo o dia e por todo o sempre. Acordar com um imenso SORRISO, com miminhos, brincadeiras é excelente mas se depois tudo isso é alterado por coisa alguma então não serve mesmo de nada.
Há uma dissociação entre a realidade e o que pensamos ser essa mesma realidade, aliado a uma imensa tendência para o controle e a orientação. Daí os choques e alguma incompreensão. Também não percebo quando está combinado algo duma determinada forma e depois as coisas são feitas de maneira totalmente diferentes. Mas terei de me habituar porque eu sou de rotinas e de hábitos mas nem todos somos assim pelo que tem de haver uma plataforma de entendimento.
Tenho saudades daqueles tempos em que éramos meio inconscientes, em que a vida parecia fácil e sobretudo que tínhamos todo o tempo para realizar os nossos sonhos e desejos. Tempos de estudo, de grande empenhamento mas também de alguma utopia, de SORRISOS fáceis e de pequenas alegrias que nos davam FELICIDADE.
Hoje em dia, é tudo bem mais difícil, o tempo da utopia passou, ficando a realidade dura e crua do nosso dia a dia. Podemos ter sonhos, fantasiar e até fingir que estamos muito bem na vida e nesta realidade mas sabemos ou melhor, sentimos que o tempo passou, que fizemos muita coisa boa mas também outras menos boas e sobretudo o que me custa mais neste momento é não ter acautelado devidamente o futuro e o meu bem estar. 
A crise foi demasiadamente violenta para a classe média que se viu sobrecarregado em impostos e outras alcavalas sem ter por onde fugir ou aumentar os seus rendimentos duma forma legal e honesta. É evidente que há e houve muita gente que enriqueceu e continua a enriquecer com todas as vigarices e mais algumas, mas infelizmente é o que acontece por todo o lado. Portugal não é excepção.
Temos corruptos e corruptores em liberdade, em megaprocessos que podem levar até dez anos a serem fechados e entretanto ou morrem ou conseguem ir sempre protelando e fugindo ao castigo devido. É uma teia de interesses que a ninguém interessa desenrolar porque é assim que muita gente vive. E são tantos os exemplos mais do que evidentes e já condenados mas que, com recursos atrás de recursos, vão conseguindo escapar da prisão e do castigo devido. Quem não tem dinheiro ou poder, vai simplesmente preso de imediato.

Na verdade, queria largar a medicina dentária e dedicar-me a outra actividade mas como não sei o que há-de ser, aqui continuo e com um SORRISO que nem sempre é de FELICIDADE quando estou neste dia a dia por aqui. Felizmente que na maior parte das vezes chego a casa e desligo completamente de tudo e mais alguma coisa. 

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