domingo, outubro 14, 2018

Sentimentos

Desde sempre que achei exagerado comparar a morte dum Ser Humano à dum animal, seja um cão, gato, periquito ou outro qualquer. Para mim e gosto bastante de animais, tendo sempre muitos animais em casa ou na quinta, nada é comparável.
Tendo perdido há tão pouco tempo a minha Mãe, com todo o sofrimento e dor que isso trouxe, não consigo perceber ou entranhar a forma como se trata a morte dum animal de estimação duma forma tão extrema e, quanto a mim, tão caricata.
A ligação que se tem a um cão ou a um gato é imensa e a saudade e a dor são lógicas e sentidas mas nunca comparável à duma pessoa, pelo que as reacções NUNCA podem ser equivalentes. e como se pode ser tão emotivo perante a morte dum bichano e quase tão insensível perante a morte humana.
Não compreendo, não percebo e sobretudo não aceito que haja tantas pessoas a fazerem essas homenagens e esses elogios fúnebres a um animal, por muito carinhoso e amigo que ele tenha sido.
Recordo, com muita saudade cães e gatos que tive, em especial um siamês e o "black", o nosso cão de tanto e tanto tempo mas daí a comparar à saudade e dor sentida pelos meus Pais ou de outros familiares ou amigos vai a distância dum universo. Penso que estas pessoas não sabem o que é AMAR uma pessoa, ter filhos e sofrer com eles ou então são feitas doutra massa que não a minha. E não é uma crítica destrutiva, mas apenas a minha opinião tão válida como outra qualquer.
Não sou fanático de touradas, por exemplo, mas respeito-as como tradição popular e nacional e por isso penso que elas se devem manter e apenas se devia obrigar à morte do animal no fim do evento para que não haja mais sofrimento. Mas acabar com a tourada ?? Acabar com a caça para que haja uma completa desregulação dos ecossistemas ?
Estes assuntos fazem com que os associe á forma actual de educar as crianças, em que não se pode repreender, bater ou castigar com medo das represálias e das atitudes dos Pais que, muitas vezes, se demitem da sua função de educadores. Deixei de dar aulas na Faculdade por vários motivos e um deles foi a falta crescente de educação e  de princípios morais e éticos que cada nova fornada de alunos era portadora. Ou melhor, não era portadora.
O primeiro dever dos Pais é EDUCAR, ENSINAR e orientar com princípios éticos e morais consensuais, mas na verdade nesta época de telemóveis, aplicativos, computadores, jogos torna-se complicada essa tarefa porque é bastante mais fácil dar um tablet ao menino ou menina para estar entretido mesmo que isso implique o seu isolamento e a falta de contacto. Nunca mais me esqueço de, numa paragem de combustível ter aproveitado para comer algo e ter-se sentado uma família de Pai, Mãe e dois filhos que, automática e espontaneamente puxaram dos seus telemóveis  e assim estiveram todo o tempo sem proferir uma palavra. Como diz e bem o Papa Francisco deve-se conviver e falar não atráves das redes sociais mas pessoalmente e frente e frente. Sinto que todo este avanço tecnológico tem imensas vantagens mas também desvantagens que devem ser ponderadas e corrigidas.
Detestaria ser professor da primária porque não compete aos professores educar mas sim ensinar porque a educação é feita em casa e os tais princípios morais e éticos são ensinadios em cada e no interior das nossas casas e não na escola. A escola serve para ensinar e para se aprender, respeitando a individualidade de cada um e a sua idiossincracia.
Tudo isto a propósito do exagero acerca da morte de animais de estimação, companheiros de vida ou amigos da nossa solidão que não podem mesmo ser comparáveis à morte dum ente querido e chegado. NUNCA poderei entender isso, nem ver pessoas a reagir duma forma quase indiferente à morte dum Ser Humano e ficarem em luto e choque profundo pela perda dum animal, seja ele qual for. Mas é a minha opinião que vale o que vale.
Hoje vamos ter um almoço interessante e curioso pelo que o SORRISO  está bem presente bem como a FELICIDADE de recebermos pessoas de que gostamos ou com quem não estamos há muito.
 

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