domingo, junho 29, 2008

Minorias.... direitos e deveres !

Li o texto que se segue e a propósito d0 mesmo surgiram-me uma série de apontamentos acercas das minorias, quer raciais, étnicas, sexuais, religiosas ou outras e o que eu penso é que todas elas têm direito a existir, mas já não deveriam fazer nenhum folclore específico para mostrarem que são diferentes. ( o texto está no fim dos meus comentários, que ficaram mais longos do que inicialmente previsto)
Ser cristão ou muçulmano faz de cada um, um ser diferente ou somos todos Homens que vivem neste Mundo, apenas com conceitos religiosos diferentes. E se todos se respeitarem qual é o problema ?
Ainda por cima, se formos aos primórdios da humanidade e estudarmos a origem das religiões e dos seus conceitos, dogmas e ensinamentos, não poderemos ver tantas semelhanças entre elas ?
Não sou entendido nesta matéria, nem tão pouco praticante de qualquer religião, mas o que sei é que actualmente acredito cada vez mais que existe algo superior a nós.
Se é Deus, Alá, Buda ou qualquer outra entidade não sei, mas sinto que há qualquer coisa que orienta as nossas vidas e que há uma sentido lógico ( apesar de não parecer ) e uma caminhada pré-estabelecidade para a Humanidade. Isso tenho quase a certeza.
Independentemente de todo o folclore inerente a cada religião, que acho deve ser do foro intimo de cada um e apenas isso
Ser negro, branco ou indiano torna-nos diferentes, para além da cor da pele ?
Não devemos condenar igualmente a existência de práticas ou costumes que possam ir contra a dignidade humana em qualquer uma destas raças ou sociedades ?
Não deverão todos os Homens ter igualdades de direitos, ter uma vida condigna e justa, poderem exprimir-se livremente ?
Certamente que quase todos nós estamos de acordo estes princípios, mas será que agimos em função desses valores ? Será que no nosso dia a dia tentamos mudar algo de modo a tornar o mundo mais justo ?
É tentar fazer APENAS o tal pequeno gesto de que tenho vindo a falar nos meus escritos diários !! Se o fizermos, vamos certamente obter resultados e melhorar o nosso meio ambiente
Ontem estive a ver o filme sobre Nelson Mandela.... que exemplo de integridade, de coragem, de força anímica ! Só alguém que acredita convictamente nas suas ideias e conceitos de justiça social, consegue aguentar o que Mandela conseguiu aguentar. Mas de facto neste caso prova-se que a força da Razão se sobrepõe a razão da Força, ou seja, se lutarmos pelos nossos ideais, se formos coerentes e fortes, podemos ter a certeza que conseguiremos mais facilmente aquilo a que nos propomos. Já admirava esta grande figura sul africana e da humanidade, mas depois de ver este filme, ainda fiquei mais ciente da força e empemho deste grande Homem.
Mais uma vez, o meu pedido para que cada um de nós faça o seu pequeno gesto diário para com o nosso semelhante!
Ser hetero ou homossexual torna as pessoas distintas no seu papel na sociedade ? Alguém tem que saber qual é a opção sexual de cada um, desde que essa mesma opção não seja imposta ?
Qual o motivo para tanto folclore à volta desta questão, a não ser para denegrir esta mesma situação e transformar algo perfeitamente normal, em algo estranho e aberrante ?
Qual a diferença objectiva e real entre estas duas realidades no quotidiano de todos nós ?
Quando vejo aquelas paradas só as consigo entender como a realização dum carnaval fora de tempo, porque não só não vejo qualquer finalidade concreta para a sua realização, como também acho que apenas prejudica a imagem dessa mesma minoria sexual ?
Alguém já viu paradas heterossexuais, ou indianas ou cristãs para manifestar a sua diferença ?
Cada um de nós tem o seu lugar na sociedade e desde que cumpra com dignidade, princípios e tolerância, todos nós temos os mesmos direitos e deveres. Não podemos é querer impôr conceitos ou realidades minoritárias à maioria.
Casamentos, adopções... para mim apenas os heterossexuais deveriam ter esta possibildade por é uma realidade evidente para mim. Os homossexuais têm o mesmo direito de viver em união de facto, mas sem ser chamado "casamento" porque isso implica uma série de deveres que não podem cumprir. Mas têm que ter o direito a acompanhar o/a companheiro/a na doença, adquirir habitação, direitos legais, etc. Mas cada qual com as suas especificidades e realidades próprias.
E aqui vai o texto que deu origem à dissertação de hoje... ( o tema proposto deste fim de semana fica para a próxima, quem sabe se ainda hoje lol ) Mas não se esqueçam do vosso PEQUENO GESTO DIÁRIO... !!
Desfiles e paradas

[25-06-2008] Paula Capaz
Faz tanto sentido o "desfile de orgulho gay" como o "desfile de orgulho hetero", ou seja, nenhum. A sexualidade humana não é motivo de orgulho nem motivo de vergonha nem motivo para desfiles. A sexualidade hetero ou homo é uma inerência e enquanto isso não for entendido, haverá sempre lugar para manifestações ridículas venham elas de onde vierem. Manifestar na rua, em desfile ou parada, que sou gay ou hetero é o mesmo que descer a avenida aos gritos a dizer: "olhem para mim que sou mulher e gosto tanto". Que se viva na intimidade aquilo que, por natureza, se é. Poderia ser tudo muito simples se todos entendessem que o amor é coisa de pessoas, não de sexos.(Comentário à crónica do Paulo Simões Mendes: “Porque correm os homossexuais?”) Partir de um comentário à crónica do meu colega do PnetHomem para iniciar um tema é facilitador. Escrevi e reafirmo a minha indignação. A questão dos desfiles gay sempre me fez confusão, não pela estética dos mesmos, o motivo ou o objectivo com que são feitos. A minha confusão advém de alguma incapacidade para entender ser necessário desfilar para dizer o óbvio, para gritar a própria natureza, ou para assumir aquilo que não tem que ser assumido na rua. A sexualidade das pessoas, o amor que sentem umas pelas outras, não é motivo de parada nem folclore. São tão ridículas as manifestações gay, como as ostensivas manifestações hetero em plena baixa, na fila escura do cinema ou no corredor da escola. Percebo que se grite contra uma injustiça social, que se desça a avenida porque os salários são de miséria, que se faça greve porque não há pagamentos, que se use o luto porque somos escravizados, enfim, que se reclamem os direitos que nos são negados. Que eu saiba, ser hetero ou gay, não é um direito, não se adquire nem se escolhe, como se escolhe um emprego, um país para viver, um homem para casar ou um filme que se quer ver. Reclamar o direito a ser gay é uma redundância. Sou gay porque sim, sou hetero porque sim, porque sinto. Simples. Inclinações afectivo-sexuais, não podem confundir-se com questões de escolha. A sexualidade engloba a vida, o corpo, a alma, sentimentos, relações que só aos próprios diz respeito. Parece-me de mau gosto e até provocatório que um conjunto de casais hetero resolva manifestar a sua virilidade em paradas mais ou menos folclóricas para que todos percebam o que são e o que fazem. Da mesma maneira, uma parada gay assume uma forma carnavalesca e pouco digna quando pretende a demonstração da intimidade em circunstância igualmente menor. O argumento mais forte é o de que se trata de um grupo marginalizado, uma minoria, uma franja social que ainda é remetida para terceiro plano ao nível dos afectos. É verdade. Infelizmente. Daí a considerar-se que essa minoria atinge “maioridade” em cima de camionetas ou em abraços no meio da avenida, parece-me pouco elegante. Parto sempre do princípio que ser homossexual é tão natural quanto não o ser. Daí a minha indignação, repito, quando vejo alguns gays fazerem questão de falar de um assunto que nem devia ser objecto de discussão, um assunto tão natural quanto sair à noite para jantar fora. Alguém se preocupa em debater a questão dos jantares fora de casa?

2 comentários:

disse...

Luís, não quero alongar-me, por isso fica só esta ideiaa. Tens razão, ser negro, branco ou indiano não nos torna diferentes, para além da cor da pele. Então, por que hão-de os negros manifestar-se em favor dos seus direitos e à não discriminação? Esta não parece tua! Abraço.

luis disse...

Não foi isso que eu pretendia dizer... nem acho que tenha escrito alguma coisa nesse sentido. O que pretendi dizer é que todos nós temos direito a pertencermos a uma minoria seja ela qual for. abraço