segunda-feira, abril 07, 2014

Continuacao

Neste ciclo sem paragens em que estamos, nova semana que, afinal, não é mais do que a continuação doutra semana e que por sua vez, terá a sua continuação noutra semana e assim sucessivamente. Sinto, muitas vezes, a necessidade de parar, de me suspender no tempo e flutuar um pouco no tempo, sem que os relógios andem e haja qualquer movimento da Terra à volta do Sol.
Gostava que fosse possível imobilizarmos-nos no tempo e no espaço, para usufruirmos do momento presente ou simplesmente conseguirmos uma maior e melhor interiorização. A rapidez do tempo, a aceleração em que vivemos, a ausência de profundidade do momento, bem como a  própria falta de interesse  ou a automatização em que nos encontramos faz com que não consigamos mesmo encontrar muitas vezes o sentido da vida, dos factos e da realidade.
Quero dizer que neste rodopio permanente em que cada dia é imediatamente substituído por outro, em que cada segundo perde logo a sua validade, nem sempre nos  apercebemos do que se passa, do que acontece.... bem como, muitas vezes,  perdemos a noção do que é realmente importante, válido ou que devemos reter.
Felizmente que o nosso inconsciente pessoal e colectivo é sábio e consegue captar os pequenos/grandes momentos e factos da nossa existência para assim os integrar nos nossos objetos internos.
A vida é assim feita destes momentos fugazes que consoante a sua intensidade podem ser sentidos como dias sem fim ou segundos escassos, visto que se sofremos o tempo fica estagnado na lama e não passa, enquanto que se estamos felizes e com muita luz, este mesmo tempo se esvai e desaparece velozmente, sem que o consigamos prolongar a não ser nas nossas memórias e recordações.
Há pessoas que não conseguem aperceber-se da importância do tempo, nem dos condicionalismos existentes, bem como da interacção de comportamentos e das perturbações de cada um... não conseguem discernir nem emendar as suas atitudes por imaturidade e por falta de experiência e de conhecimentos que, muitas vezes, apenas surgem depois de muito se bater com a cabeça nas paredes.
Este viver com a cabeça enterrada na areia, sem tomar conhecimento da realidade e dos factos é algo que, pela sua limitação, me faz bastante confusão visto que este imobilismo factual pode também corresponder a uma total incapacidade de se fazer uma avaliação correcta em cada momento da vida e do dia.
Quando se fica enquistado num determinado momento, sem se conseguir ultrapassar determinados aspectos, esse mesmo "quisto" demonstra a falibilidade da pessoa e a sua pequenez perante a vida e as pessoas. O isolamento, a falta de consciência das coisas bem como a incapacidade de pensar diferente, se as condições também mudarem, é algo que nem todos conseguem e que se deve aprender.
Penso que tenho essa capacidade e que, neste momento, cada vez mais consigo raciocinar e agir de acordo com o pensamento, com a acção a subordinar-se a este e não o inverso. Daí estar com esta calma e descontracção, atitude estranha em mim mas bastante compensadora neste momento.
A rapidez deste tempo em que vivemos, a velocidade desse mesmo tempo é algo que tem que ser entranhado e percebido para que possamos aproveitar ao máximo o que nos acontece. Muitas vezes dou por mim a recapitular factos, emoções ou momentos ocorridos há muito tempo, porque na altura não foram devidamente sentidos e o distanciamento dá-nós precisamente a dimensão de que precisamos para que esses factos ou emoções fazem mesmo parte do nosso património. 
Este rodopiar dos minutos em que temos que nos centrar e viver tem, ou pode ter várias vertentes, que devemos aproveitar o melhor possível. Há alturas como por exemplo o jantar de sábado em que consigo viver o momento numa plenitude e felicidade sentida e realizada... senti-me feliz e mais importante do que isso, consegui dar felicidade a outra(s) pessoa(s), o que é extremamente gratificante e importante.
Esta capacidade de DAR, sem pedir nada em troca, deve fazer parte dos nossos objectivos porque contribui para a felicidade pessoal e geral, bem como para o reforço dos laços entre as pessoas, o que nesta vida tão apressada e rápida é, por si, um enorme feito.
Posso por isso, ter hoje um SORRISO especial mais que te e luminoso pelo que fiz de positivo e pela felicidade havido. São momentos para recordar e entranhar nos nossos neurónios pela dimensão do momento.
Que consigamos a continuação deste estado de alma, deste espírito empreendedor e que tenhamos a capacidade de, sempre com um grande SORRISO, dar a quem Amamos e Estimamos momentos de alegria, muita cor e luminosidade.


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