quinta-feira, dezembro 11, 2014

Tempo

Hoje estava a pensar, ou melhor, a sentir toda a força e negativismo do meu actual local de trabalho e da pouca vontade que tenho de aqui estar. A verdade é que há anos que assim é e que, cada vez mais, gostaria de ter outra actividade e outras tarefas que não esta
Esta rotina cansa-me e desgasta-me, tanto mais que os princípios, a ética e a educação das pessoas têm vindo progressivamente a piorar e até a desaparecer; pouco ou nada podemos fazer porque, infelizmente, vivemos neste mundo e nesta realidade. 
Vai havendo momentos melhores, mais descontraídos e felizes em que nos conseguimos abstrair do dia a dia e assim, (não) pensarmos em nada mais a não ser mesmo no momento presente e do minuto em que estamos.
Ontem fui ver o Gospell ao CCB, que já tinha visto o ano passado, mas com renovação de parte do elenco e também do programa. Como sempre uma enorme comunhão com o público numa alegria contagiante e numa enorme presença em palco. Valeu a pena....
Estamos a duas semanas do Natal e pela primeira vez desde há muito faltam-me ainda uns quantos presentes que tenho encomendado e que nunca mais chegam pelo que, provavelmente, terei que desistir dos mesmos e procurar outras coisas.... sinceramente não percebo como é que, com a crise e a imensa oferta existente, não se tem mais cuidado com a forma de trabalhar e dar conta do recado.
Estamos numa semana grande, em que trabalharei no sábado... será o último sábado deste ano e também a verdade é que estamos quase de (mini) férias.... Por circunstâncias várias trabalharei dia 26, o que detesto e depois apenas no novo ano. Felizmente!
A falta de palavra das pessoas, o oportunismo, o malabarismo permanente e a ausência de verticalidade fazem-me cada vez mais confusão e até tristeza porque é impossível uma sociedade em que uma parte das pessoas está a tentar enganar a outra sem qualquer outro motivo sem ser simplesmente por assim ser. 
Será que a palavra das pessoas perdeu todo o seu significado e força, como tinha antigamente. Muitos contratos e acordos eram feitos baseados na palavra e na pessoa, até sendo possível, legalmente, o acordo verbal entre as partes sem necessidade de papéis, porque se confia e acredita nas pessoas e no que elas deveriam representar. Mas, infelizmente, muito disso se vai perdendo e esbatendo com o tempo.
Não sei bem o que quero neste momento, sem ser mesmo nada querer, nada desejar nem tão pouco ter a mente a planear ou a "carburar" intensamente... apenas um silêncio a que não estou habituado, uma tranquilidade que quase desconheço e o estar neste momento presente sem correrias, sem stress ou sem ter a noção do que sou e do de estou.
É difícil exprimir por palavras estas sensações ou factos que acontecem neste preciso momento, mas a verdade é que nem sei se me agrada ou não, porque o que sei é que tenho muito que entranhar e perceber, bem como saber que o silêncio interno faz já parte da minha identidade e que é algo intrínseco ao ser humano e que estou a aprender todos os dias. Mas não deixa de ser uma aprendizagem difícil, principalmente quando estamos num meio estranho e com muito pouca vontade.
Prossigamos neste caminho, tentemos que quem está connosco e nos Ama e Estime também dê o seu contributo e ajuda - mas claro que o essencial é nosso e parte de nós mesmos - e façamos de cada dia, um dia melhor, com um SORRISO maior e sobretudo que encontremos em cada minuto aquela Felicidade que merecemos e que queremos.
Seremos capazes de encarar este silêncio duma forma mais tranquila e mais serena, sem querermos voltar a ter o enorme ruído que tínhamos e que a nada conduzia a não ser a uma destruição lenta e progressiva, sem conseguirmos ter o tal SORRISO que tanta falta faz paramos manter e dar força.


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