domingo, julho 11, 2010

Dias

Ontem, sábado, foi um dia diferente e cheio de pequenos apontamentos. Começamos pelo Chiado, a tomar um pequeno almoço tardio na Bernard a ver passar as pessoas, os turistas e a estar pacatamente sentados na esplanada, "enjoying the moment".
Adoro ver o  movimento da rua, pessoas a passar, cada uma com a sua própria idiossincrasia, a sua postura, maneira de vestir e de estar. Ainda mais nesta zona em que encontramos tantas  e tantas nacionalidades distintas. E a cor da cidade estava linda, cheia de energia, luz e vida.
Seguiu-se uma ronda pelas lojas e promoções, com algumas compras e oportunidades, no meio duma Baixa cheia de actividade e movimento num dia cheio de sol e calor. Fomos a pé, em ameno cavaqueira,  até ao Tivoli Fórum, onde queria ver uns sapatos e fomos ainda dar uma espreitadela à nova loja da Prada. Aí fomos sujeitos a uma discriminação evidente, de que só me apercebi quando estava na rua porque senão teria procedido doutra forma. Como não devíamos estar de acordo com o que eles achariam adequado, não fomos simplesmente atendidos nas nossas pretensões. Os preços, como é evidente, são obscenos e deveriam ser proibidos na actual crise.
Continuámos o nosso caminho e fomos ter com o RL, que tinha acabado um ( mais um ) workshop de fotografia e estava a descansar no rossio. Neste percurso vi algo que achei fantástico, que foi ver pessoas á porta da estação do rossio a trocar cromos do Mundial. Pessoas com lista de cromos que não tinham em amena troca com muitos outros, com a mesma finalidade. Achei mesmo delicioso, assim como todo a "fauna" humana que encontrei hoje, numa diversidade de raças e amalgama de gentes. Adoro andar na rua por causa deste movimento e diversidade, apesar de ter ficado admirado por constatar que a maioria das lojas se encontra encerrada sábado à tarde. Depois queixam-se que as pessoas vão para os centros comerciais.
Seguimos depois para casa, para um breve descanso e mudança de roupa antes de seguirmos ao encontro da minha prima Helena, de passagem por Lisboa, a caminho de Cambridge. Foi um reencontro de velhos amigos, numa conversa fácil e fluída, de memórias passadas e duma enorme amizade. Gostei de estar com ela, de constatar que as pessoas se mantêm fieis a si mesmo e que, apesar do tempo e da distância, os laços criados existem e prevalecem entre as pessoas que se estimam e querem
Finalmente, fomos jantar a casa dos Amigos, CP e RL, e estar em amena cavaqueira como se consegue estar com os nossos verdadeiros amigos e pessoas com quem nos sentimos completamente à vontade. Já tenho dito e repito que são os meus melhores amigos e tenho a certeza de que será uma AMIZADE duradoura e "eterna".
Foi um sábado preenchido, agradável e sobretudo diferente, com a sensação de ter "vivido" esta cidade que é muito bonita e simpática e nem sempre nos apercebemos da sua luminosidade e encanto. Gostei de estar a passear tranquilamente sem pressas, á conversa e a ver as montras e principalmente as pessoas, porque é algo que me atrai imenso esta observação de todos os que connosco se cruzam na rua. Pela expressão, pela indumentária e pela postura, consegue-se aperceber identidades, vidas, dramas e sobretudo conseguimos sentir o pulsar da cidade e deste quotidiano. Apesar da crise e da realidade, ontem as pessoas pareciam esquecidas desse facto e, embrulhadas pelo sol e energia cósmica, viviam o presente e o dia duma forma pacífica e bonita.
Fez-me bem à ALMA este sábado, tão diferente de muitos outros e por ter sido inesperado, ainda mais valor tem porque nada foi programado, nem estabelecido, mas antes tudo foi acontecendo ao sabor do imprevisto, salvo o encontro com a minha prima.
Fiquei cheio de vontade de voltar ao Brasil, e ao Rio e espero que possa lá ir para o ano e reencontrar a minha família, para além de ir visitar Salvador que me atrai especialmente.
Felizmente que a vida tem destes momentos e que os podemos gozar e estar plenamente neles, sem preconceitos ou outros pensamentos a não ser mesmo senti-los na sua plenitude. Ao conseguir, nesta minha fase de auto conhecimento, desligar-me desta forma e sentir o momento presente, em toda a sua plenitude, estar e sentir cada minuto que passa desta forma é, para mim, uma enorme diferença e uma grande sensação de realização e de ter alcançado um enorme objectivo. Ser FELIZ em cada momento, vivenciar cada instante da vida e saber que, cada minuto actual é mais importante do que o minuto que se segue ou o que se passou, porque temos que viver o presente da melhor forma que soubermos e pudermos. E, sinceramente, mudei muito e muito para poder escrever o que escrevo, mas principalmente por corresponder ao que verdadeiramente sinto nestes momentos intenso e simples da vida.
Foi apenas um dia em Lisboa, mas foi um dia verdadeiro e conseguido com uma grande sensação de bem estar e felicidade, acrescida ainda do facto de ter ontem sentido uma particular afeição e carinho dos meus filhos e em particular do Pedro. Pela forma como me fala e como me escreve, sei e sinto que ele tem um enorme AMOR por mim e isso deixa-me com uma imensa paz de espírito. Sobretudo depois dos tempos difíceis que atravessámos....
Hoje posso dizer que estou feliz e tranquilo, com um sereno SORRISO e uma grande PAZ de espírito e de ALMA



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